Diplomatas europeus cancelaram as negociações de alto nível previstas para esta quarta-feira sobre o fim da guerra na Ucrânia, após a retirada repentina de representantes americanos do encontro.
A decisão reflete o crescente mal-estar em Washington diante da resistência da Ucrânia em aceitar propostas polêmicas que envolvem a cessão de territórios à Rússia. Segundo uma fonte com conhecimento direto das conversas, Kiev insiste em discutir antes um cessar-fogo total, deixando outros temas para um segundo momento. A fonte pediu anonimato por se tratar de um momento político sensível.
Embora encontros de menor escala tenham ocorrido nesta quarta-feira em Londres, a reunião ministerial com chanceleres foi suspensa. O secretário britânico de Relações Exteriores, David Lammy, que receberia seus pares, limitou-se a uma breve participação nos debates de nível técnico.
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, tinha programado voar para Londres na noite de terça-feira, mas cancelou os planos ao meio-dia. Steve Witkoff, enviado especial e aliado próximo do presidente Donald Trump, fundamental nos esforços da Casa Branca para intermediar o fim da guerra, também desistiu. Ele seguirá para Moscou esta semana, de acordo com os russos.
O vice-presidente J.D. Vance, em viagem à Índia na quarta-feira, repetiu os alertas de que os Estados Unidos abandonariam seus esforços para intermediar um acordo de paz se Moscou e Kiev não chegassem a um acordo em breve.
“Fizemos uma proposta muito explícita tanto para os russos quanto para os ucranianos, e é hora de eles dizerem sim ou os Estados Unidos abandonarem esse processo”, disse ele a repórteres em Agra, durante visita ao Taj Mahal. “Vamos ver se os europeus, os russos e os ucranianos conseguirão, finalmente, levar isso até o fim.”
Ele disse que a proposta congelaria as atuais linhas de batalha até onde estão hoje, enquanto um acordo diplomático de longo prazo seria alcançado. Ambos os lados teriam que abrir mão de alguns territórios que controlam atualmente, afirmou Vance.
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