Sabesp e Aegea, duas das maiores concessionárias de serviços públicos do país, estão se preparando para participar de novos leilões de água e esgoto do estado de São Paulo, com investimento avaliado em R$ 25 bilhões, segundo pessoas a par do assunto.
Ambas as empresas estão de olho em concessões para integrar em cinco regiões e ampliar os serviços de água e esgoto — além de possivelmente drenagem de chuvas — de cerca de 211 cidades, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas ao discutir informações não-públicas.
Para a Sabesp, que já atende 375 municípios em São Paulo, os leilões fariam sentido tanto geograficamente quanto por questões regulatórias, disseram duas pessoas. No Brasil, as concessionárias de saneamento estão sujeitas a regras regionais.
A Aegea, que atua em 15 estados brasileiros, quer aumentar participação nos serviços de saneamento de São Paulo e avalia participar dos leilões a depender de como eles forem estruturados, disse uma das pessoas.
Novos leilões até 2026
O governo estuda um plano para dividir as cidades em cinco regiões de concessão a serem leiloadas até meados de 2026, disse Natália Resende, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, em entrevista. O investimento necessário para universalizar os serviços nestas cidades seria de cerca de R$ 25 bilhões somente em água e esgoto, disse ela.
O processo está atualmente em fase de modelagem, disse Resende, acrescentando que, ainda que isso esteja sob estudo, esses tipos de serviços normalmente são concedidos por 30 a 35 anos.
O governo também estuda incluir a drenagem de chuvas nos leilões. Um dos grandes gargalos do governo do estado eram regulamentações que barravam as saneadoras de fornecer drenagem, mas uma nova regra federal eliminou esse obstáculo. Como é difícil elaborar uma fórmula de remuneração para a drenagem de água, isso dificulta a atração de investimentos para concessões que envolvem apenas esses serviços, disse ela, acrescentando que a possível inclusão ainda está em estudo.
Investidores locais e internacionais estão demonstrando forte interesse em participar dos leilões planejados, disse Resende, que não quis revelar nomes. “Esperamos que seja competitivo”, disse ela.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vem privatizando empresas e serviços como forma de reduzir a dívida pública estadual. No ano passado, o estado vendeu o controle da Sabesp para a Equatorial, que ficou como maior acionista, com uma participação de 18%.
A Aegea é controlada pelo Grupo Equipav e tem participação do fundo soberano de Singapura GIC e da holding Itaúsa.
As ações da Sabesp ampliaram os ganhos para 1% após a publicação da notícia pela Bloomberg. No acumulado do ano, a Sabesp subiu mais de 24%.
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