Autoridades ucranianas e europeias se reúnem em Londres nesta quarta-feira (23), para discutir uma proposta apresentada pelos Estados Unidos: o reconhecimento da anexação da Crimeia pela Rússia e o congelamento das linhas de frente como parte de um possível acordo de paz.
Os aliados da Ucrânia esperam obter, em troca, garantias de segurança e compromissos com a reconstrução do país.
As propostas, discutidas inicialmente em Paris na semana passada, também incluem a possibilidade de suspensão futura das sanções contra Moscou.
O plano prevê que, em contrapartida, a Rússia encerre as hostilidades no momento em que detém vantagem militar no campo de batalha, com superioridade numérica e de armamentos.
Um assessor do presidente Volodymyr Zelensky confirmou que Kiev recebeu propostas americanas contendo pontos com os quais o governo concorda — e outros que considera inaceitáveis.
Uma autoridade ocidental classificou a pressão exercida sobre a Ucrânia como “assombrosa”.
Um funcionário do Departamento de Estado dos EUA negou que Washington esteja impondo um “fato consumado” à Ucrânia, mas a crescente frustração do governo Trump com o ritmo das negociações tem alarmado Kiev, que teme um novo desgaste nas relações com seu principal aliado.
Com os diálogos diplomáticos se intensificando, autoridades americanas alertaram que podem abandonar o processo de paz nos próximos dias.
A pressão aumenta sobre a Ucrânia, especialmente com a atuação mais incisiva de negociadores da França, Reino Unido e Alemanha, que devem cobrar de Kiev a aceitação de um acordo que inclua garantias de segurança e programas de reconstrução financiados, em parte, com ativos russos congelados.
Em caráter reservado, autoridades europeias e ucranianas reconhecem que, no curto prazo, é improvável que Kiev recupere os territórios ocupados pela Rússia.
A principal aposta, agora, é evitar um acordo apressado que permita a Moscou manter os territórios conquistados e escapar das sanções internacionais, sem oferecer contrapartidas significativas à Ucrânia.
De acordo com fontes próximas às negociações, os EUA apresentaram à Ucrânia, em Paris, um esboço que foi interpretado como a proposta final de Washington — antes de considerar a retirada do processo de paz.
O Secretário de Estado Marco Rubio afirmou que, caso não haja avanços concretos nas negociações de paz, o presidente Donald Trump “seguirá em frente”.
Trump declarou a repórteres, na segunda-feira (21), que divulgará detalhes das propostas americanas “nos próximos três dias”.
Representantes dos EUA devem integrar as rodadas de negociação marcadas para esta quarta-feira, em Londres.
Segundo fontes com conhecimento das discussões, a oferta de reconhecimento da Crimeia como território russo, feita pelos Estados Unidos em Paris, foi apresentada pouco depois de uma visita do enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, a Moscou.
Witkoff teve uma reunião de horas com o presidente Vladimir Putin neste mês e deve retornar à capital russa ainda esta semana.
Uma pessoa envolvida nas negociações descreveu a sugestão como uma “ideia de Witkoff” para que os EUA reconhecessem formalmente a Crimeia como parte da Rússia, sem exigir que a Ucrânia fizesse o mesmo.
O Departamento de Estado recusou-se a comentar o conteúdo da proposta.
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