21 de abril de 2025

Morte do papa Francisco: como funciona um conclave?

O papa Francisco faleceu nesta segunda-feira, 21 de abril, aos 88 anos, em Roma, informou o Vaticano. O pontífice, aclamado por trazer um sopro de renovação à Igreja Católica, lutou com uma série de problemas de saúde nos últimos anos.

A expectativa é que, agora, um conclave para escolha de seu sucessor comece dentro de 15 a 20 dias. Em uma votação secreta, o Colégio dos Cardeais se reunirá no Vaticano para escolher o novo líder da Igreja Católica.

O conclave não serve apenas como um meio de selecionar o líder religioso, mas também reflete uma dinâmica de poder mais ampla dentro e fora do Vaticano, navegando como uma poderosa intersecção de fé, tradição e geopolítica.

Desde o início do século XX, nenhum conclave durou mais do que cinco dias. Francisco foi eleito na quinta rodada de votação em 2013, no segundo dia de conclave. Seu antecessor, Bento XVI, foi anunciado como novo pontífice também após dois dias, em 2005. A última eleição mais demorada foi a do papa Gregório XVI, em 1831, que durou 54 dias.

Sendo assim, espera-se que o tempo necessário para a eleição do sucessor do argentino Jorge Mario Bergoglio também não ultrapasse os quatro dias de votação. Normalmente, ao final das chamadas congregações de cardeais antes do conclave, já se começa a delinear os possíveis favoritos. 

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A eleição, no entanto, só será concluída quando algum candidato alcançar maioria de dois terços dos votos dos 115 cardeais votantes. Durante o processo de votação, os cardeais são mantidos em total isolamento do mundo exterior: não podem usar telefone, receber jornais, ver televisão ou ter acesso à internet. Nem tradutores são admitidos.

O conclave é um ritual praticamente inalterado há oito séculos: foi o papa Gregório X quem usou pela primeira vez a palavra, em 1274, e instituiu a base dos processos atuais, por meio da constituição apostólica Ubi periculum — criada após a longa sucessão para o papa Clemente IV, que demorou mais de um ano e meio. Gregório X quis, então, prevenir que a escolha do sumo pontífice demorasse tanto tempo, obrigando que a reunião tivesse que ser conclusiva.

A votação tem início imediatamente depois de todos os cardeais eleitores – os que têm menos de 80 anos – entrarem na Capela Sistina, local tradicional do Vaticano para a definição dos sucessores. Se a maioria não for alcançada, nos dias seguintes ocorrem duas votações de manhã e outras duas à tarde.

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Depois de três dias de votações sem resultado ocorre uma suspensão de um dia para uma “pausa de oração”. Em seguida, as votações voltam a ser realizadas e, se ainda assim o pontífice não for escolhido, será efetuado outro intervalo.

A cada votação, as cédulas usadas são queimadas. Se a fumaça for branca, foi uma eleição bem-sucedida; se for preta, não houve decisão.

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Até que seja feita a escolha, a Sé Apostólica é considerada vacante. Neste período, os assuntos da Igreja são entregues ao Cardeal Decano, cargo ocupado por Giovanni Battista Re, 91 anos, que também presidiu a escolha de Francisco.

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