20 de abril de 2025

Manifestação em Londres reúne milhares em defesa d…

Milhares de manifestantes se reuniram neste sábado, 19, em frente ao Parlamento britânico, em Londres, em apoio aos direitos da população trans. O protesto ocorre dias após a Suprema Corte do Reino Unido restringir a definição legal de ‘mulher’ a indivíduos nascidos com o sexo biológico feminino.

A decisão, tomada na quarta-feira, levanta preocupações sobre o acesso de pessoas trans a espaços de uso exclusivo por sexo, como banheiros, enfermarias hospitalares e unidades prisionais. Manifestantes carregavam bandeiras do movimento LGBTQ+ e cartazes com frases como “direitos trans são direitos humanos” e “mulheres trans são mulheres”.

Organizações de defesa dos direitos LGBTQ+ reagiram com preocupação à decisão da Suprema Corte. A ONG Stonewall afirmou que o veredito é “incrivelmente preocupante” para a comunidade trans e pode incentivar a exclusão em serviços e espaços de uso exclusivo por sexo.

A Anistia Internacional também expressou apreensão, classificando a sentença como “decepcionante” e destacando que ela pode gerar consequências negativas para a segurança e dignidade de pessoas trans. Ainda assim, a organização frisou que a decisão não anula as proteções legais previstas no Equality Act, que garante direitos a pessoas trans sob a característica protegida de “mudança de gênero”.

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A ação analisada pela Suprema Corte foi movida pelo grupo For Women Scotland contra uma emenda à Lei da Igualdade aprovada pelo Parlamento escocês. A mudança incluía, na definição legal de “mulher”, pessoas trans com Certificado de Reconhecimento de Gênero (GRC) – documento que formaliza a mudança de sexo no registro civil. O grupo argumentava que essa ampliação comprometia direitos baseados no sexo biológico, especialmente em políticas públicas voltadas a mulheres, como espaços exclusivos e ações afirmativas. A disputa judicial chegou ao Supremo com o objetivo de derrubar a validade dessa definição mais inclusiva.

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A Suprema Corte britânica afirmou, no entanto, que sua decisão não revoga os direitos das pessoas trans. Segundo o tribunal, indivíduos trans continuam amparados por proteções legais contra discriminação, conforme previsto na legislação vigente sob a categoria de “mudança de gênero” — uma das características protegidas pelo Equality Act. O julgamento, segundo a Corte, se limita à definição legal de “mulher” em contextos específicos e não implica em retirada de garantias fundamentais.

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