Quitar um financiamento de um imóvel ou de um veículo é a oportunidade de encerrar a dívida de uma vez, eliminando juros e garantindo a posse definitiva do bem.
No Brasil, a quitação de um financiamento é uma meta comum para quem busca reduzir o custo total da compra e alcançar estabilidade financeira. Mas será que vale a pena antecipar essa quitação? E quais são as melhores estratégias para isso?
Neste guia, vamos explorar as vantagens e as desvantagens de quitar o financiamento antes do prazo, as melhores estratégias para isso e como decidir entre quitar ou investir seu dinheiro.
Vale a pena quitar o financiamento?
Há vantagens, claro, em quitar um financiamento, sobretudo, em relação ao valor total de juros pagos ao longo do tempo. Ao antecipar, o comprador evita esses juros, o que pode representar uma economia relevante, além de ter o bem totalmente em seu nome, sem pendências financeiras.
No entanto, a decisão de quitar o financiamento deve ser feita com atenção a alguns fatores importantes, como a taxa de juros aplicada, o impacto dessa quitação nas finanças pessoais e se esse montante poderia ser mais bem aproveitado em outra oportunidade de investimento.
Em alguns contextos, manter o financiamento e direcionar os recursos para investimentos de maior rendimento pode representar maior vantagem, mas isso depende de uma análise cuidadosa.
Quitar o financiamento pode trazer tranquilidade, mas é essencial avaliar se essa é a melhor estratégia para a sua situação financeira atual.
É possível quitar o financiamento antes do prazo?
Sim, o Código de Defesa do Consumidor (Lei n.º 8.078/90) garante o direito de quitar financiamentos antes do prazo, total ou parcialmente, com redução proporcional dos juros e encargos. Esse direito se aplica tanto aos financiamentos de imóveis quanto de veículos.
A quitação antecipada pode ser feita de duas maneiras: pagando todas as parcelas restantes de uma vez (quitação total) ou realizando pagamentos extras para reduzir o saldo devedor, o que pode diminuir o número de parcelas ou o valor delas (quitação parcial). A escolha entre essas opções depende da situação financeira do consumidor e dos juros aplicados ao contrato.
O que é amortização?
Amortização é quando são realizados pagamentos adicionais para diminuir o valor da dívida principal em um financiamento.
Ao fazer isso, a base sobre a qual os juros são calculados é reduzida, o que significa que os juros totais a serem pagos no futuro também diminuem. Além disso, a lei brasileira permite que esses pagamentos extras sejam feitos a qualquer momento, com a redução proporcional dos juros.
Exemplo de amortização
Cenário na tabela Price:
- valor do empréstimo: R$ 1.000,00;
- prazo: 5 meses;
- taxa de juros mensal: 2%;
- parcela fixa: R$ 212,02;
- pagamento antecipado: R$ 300,00 no 2º mês.
Mês | Saldo inicial | Juros (2%) | Amortização | Parcela fixa | Pagamento extra | Saldo final |
1 | 1.000,00 | 20,00 | 192,02 | 212,02 | 0,00 | 807,98 |
2 | 807,98 | 16,16 | 195,86 | 212,02 | 300,00 | 312,12 |
3 | 312,12 | 6,26 | 205,78 | 212,02 | 0,00 | 106,34 |
4 | 106,34 | 2,13 | 106,34 | 108,47 | 0,00 | 0,00 |
Ou seja, no exemplo, a pessoa teria pago R$ 1.060,10 ao longo de 5 meses. Ao fazer um pagamento antecipado de R$ 300,00, ela quitou o financiamento em 4 meses, economizando R$ 15,57 em juros e encerrando a dívida mais rapidamente.
Como quitar financiamento?
Existem algumas estratégias que podem ajudar a reduzir o saldo devedor de forma mais rápida e eficiente. Abaixo, exploramos algumas das alternativas mais comuns para facilitar esse processo.
Quitar financiamento com o FGTS
Para quem tem financiamento imobiliário, o FGTS pode ser uma alternativa vantajosa para quitar parte ou até a totalidade do saldo devedor.
Essa opção é permitida para imóveis residenciais e depende de alguns requisitos, como o valor máximo do imóvel e o tempo mínimo de contribuição ao FGTS, definidos pela Caixa Econômica Federal.
Quitar financiamento com o 13º salário
O 13º salário, geralmente recebido no final do ano, é também uma opção para reduzir o saldo devedor. Direcionar esse recurso extra para o financiamento pode diminuir o número de parcelas e aliviar o peso financeiro da dívida.
Quitar financiamento com planejamento financeiro
O planejamento financeiro é um passo essencial para quitar qualquer tipo de dívida. Com um orçamento mensal organizado e metas claras de economia, a pessoa pode acumular o valor necessário para quitar o financiamento antecipadamente.
Essa estratégia exige disciplina e controle, mas permite alcançar a quitação com menos dependência de recursos externos.
Quitar financiamento com amortização
Com amortizações periódicas, o devedor consegue reduzir o número de parcelas ou o valor total de juros pagos. Essa prática pode ser programada ou feita sempre que houver recursos extras, e é uma forma eficaz de encurtar o prazo do contrato ou reduzir o custo total do financiamento.
Ao optar por reduzir o número de parcelas, o devedor mantém o valor mensal, mas quita o financiamento em menos tempo. Essa estratégia diminui significativamente o total de juros pagos, já que o saldo devedor é reduzido de forma mais acelerada.
Por outro lado, ao reduzir o valor da parcela, o devedor alivia o peso das prestações no orçamento mensal. No entanto, o prazo do financiamento permanece o mesmo, o que significa que o pagamento de juros ao longo do tempo será maior se comparado com a opção de reduzir o prazo.
É melhor quitar financiamento ou investir?
Para decidir se é melhor quitar o financiamento ou investir, você pode comparar os juros do financiamento com o rendimento do investimento. Se o rendimento do investimento for maior do que os juros do financiamento, pode ser mais interessante manter o dinheiro aplicado. Se for menor, quitar o financiamento pode ser a melhor escolha.
Por exemplo: imagine que você tenha um financiamento imobiliário com juros de 9% ao ano. Ao comparar essa taxa com um investimento de renda fixa, como o Tesouro Selic, que atualmente rende cerca de 14,25% ao ano (próximo à taxa Selic), manter o dinheiro investido pode ser mais vantajoso.
No entanto, é importante considerar o rendimento real do investimento, ou seja, o valor que sobra após descontar a inflação. Enquanto a taxa de juros do financiamento é nominal e não sofre reajustes pela inflação, o rendimento de um investimento precisa superar a inflação para representar um ganho real.
Portanto, a decisão entre quitar o financiamento ou manter o dinheiro investido deve considerar tanto a inflação quanto a taxa de juros real. Essa análise mais completa garante que a escolha seja realmente vantajosa do ponto de vista financeiro.
Quitar o financiamento ou investir? Essa decisão depende de uma análise cuidadosa das taxas, dos objetivos financeiros e das oportunidades de rendimento. Avaliar os cenários com calma e entender o impacto de cada escolha é essencial para fazer o melhor uso dos seus recursos.
Se você quer entender mais sobre as diferentes opções de investimento, confira nosso guia sobre como investir seu dinheiro e conheça mais sobre esse mercado!
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