
O ex-presidente Ollanta Humala foi condenado nesta terça-feira, 15, a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, após a Justiça peruana concluir que ele e a ex-primeira-dama, Nadine Heredia, receberam milhões de dólares da empreiteira brasileira Odebrecht para financiar duas campanhas presidenciais (2006 e 2011). A sentença, proferida pela Corte Superior Nacional, determina que ambos cumpram a pena até julho de 2039.
Humala, único dos réus presente no tribunal durante o julgamento, foi escoltado por policiais ao deixar o local. Já Heredia, que não compareceu à audiência, teve a prisão decretada e será encaminhada a um presídio.
Além dos repasses da construtora, a corte também apontou envolvimento financeiro do governo de Hugo Chávez no financiamento das campanhas do casal. O processo, iniciado em 2022, levou à condenação de outros nomes próximos, como Ilán Heredia, irmão de Nadine, sentenciado a 12 anos.
Corrupção em massa
Com a decisão, Humala torna-se o terceiro ex-presidente peruano condenado por corrupção em menos de duas décadas — e o segundo dos quatro implicados diretamente no escândalo da Odebrecht no país.
Antes dele, Alejandro Toledo e Alberto Fujimori também foram sentenciados. Já Alan García cometeu suicídio em 2019, minutos antes de ser preso. Toledo, que governou entre 2001 e 2006, foi condenado em 2024 a mais de 20 anos de prisão por receber subornos milionários em troca de contratos de obras públicas.
Desde que a Odebrecht admitiu, em 2016, o pagamento de propinas a autoridades de diversos países latino-americanos, o Peru tornou-se um dos mais impactados pelo escândalo, com quase todos os presidentes eleitos desde 2001 investigados, processados ou condenados.
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