O partido do presidente da Argentina, Javier Milei, terminou em terceiro lugar nas eleições regionais de Santa Fé, uma das províncias com mais peso eleitoral no país, neste domingo, 14. O desempenho morno, especialmente quando comparado ao apoio de 62,8% dado à candidatura de Milei no segundo turno do pleito nacional em 2023, ocorre enquanto o governo do ultradireitista enfrenta desafios dentro de casa, incluindo uma greve geral, aderida parcialmente, que mobilizou argentinos pela terceira vez desde que o economista assumiu o governo.
O candidato do A Liberdade Avança, Nicolás Mayoraz, aliado de Milei, arrematou apenas 14,11% dos votos, ficando atrás do escolhido do Partido Justicialista (Peronista), Juan Monteverde, com 15,2%. Grande vencedor das eleições, o governador Maximiliano Pullaro, que encabeça a coalizão entre os partidos União Cívica Radical, Proposta Republicana e os socialistas, conquistou 34,6%. Houve 55% de participação, segundo dados eleitorais de Santa Fé, terceiro maior distrito eleitoral da Argentina, atrás de Buenos Aires e Córdoba.
Pullaro terá até 33 delegados, dois a menos para a maioria necessária, enquanto Monteverde terá direito a cerca de 11 assentos. Acredita-se, por sua vez, que o percentual garantirá nove delegados ao partido de Milei. Os representantes eleitos participarão de uma reforma constitucional na província. Caso aprovado, um dos 43 artigos propostos por Pullaro permitiria, inclusive, que ele disputasse por um segundo mandato como governador, em 2027, apoiado pela nova Constituição.
“Para mim, este é um dia importante e memorável. Abrimos uma porta para o futuro. Discutimos um futuro sem corrupção, uma legislatura sem funcionários corruptos; acabaremos com a imunidade parlamentar. Não haverá mais reeleições indefinidas”, disse ele em discurso.
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Reação de Milei
Milei, por sua vez, minimizou a derrota no pleito regional. Em entrevista de rádio, o líder argentino parabenizou o “A Liberdade Avança, de Santa Fé, pela vitória em Rosário. É um projeto de cinco meses, e não é uma conquista pequena”.
Na sexta-feira 11, Milei anunciou o fim do controle cambial, conhecido como “cepo”. A medida, que já havia sido antecipada pelo ministro da Economia, Luis Caputo, foi definida pelo presidente como o último passo para estabilizar a economia da Argentina, acompanhado por medidas como ajuste fiscal e controle da emissão monetária. Milei também agradeceu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) pelo apoio ao novo programa que disponibilizará US$ 32 bilhões (mais de R$ 187 bilhões) ao país.
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