O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador anunciou neste domingo, 13, a vitória do atual presidente, Daniel Noboa, nas eleições, concedendo-lhe mais quatro anos no poder. Mas o resultado, que apontou um triunfo por ampla margem, foi contestado pela rival, a esquerdista Luisa González. Ela definiu o desfecho como uma fraude “grotesca” e exigiu a recontagem de votos, apesar do processo eleitoral ter sido acompanhado e validado por observadores internacionais.
O resultado do CNE apontou a reeleição de Noboa com 56% dos votos, contra 44% de González, uma margem de mais de um milhão de votos. Foi um cenário muito diferente do primeiro turno, quando ele ficou à frente por cerca de 16.700. A ida às urnas foi acompanhada por 45 mil observadores de cada candidato, além das entidades internacionais. No X, antigo Twitter, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, disse que a declaração de vitória era consistente com dados da entidade.
Não é a primeira vez que Noboa derrota González. Ele foi eleito em 2023 para um mandato tampão, após o ex-presidente Guillermo Lasso dissolver o parlamento e antecipar as eleições para tentar evitar um provável impeachment – sendo afastado em seguida. Entre suas novas promessas de campanha estão implementar mobilizações militares e ampliar apreensões de drogas e armas para lidar com a questão de segurança pública, que dominou o pleito, além de criação de empregos, aumentar a arrecadação de impostos e atrair investimentos privados para o setor petrolífero.
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Promessas de Noboa
Ajuda financeira e apoio às vítimas das enchentes no litoral estimularam o apoio a Noboa no segundo turno, disse o professor Cristian Carpio, da Universidade das Américas em Quito, à agência de notícias Reuters. Além disso, González é considerada a herdeira política do do ex-presidente Rafael Correa. A memória dos tempos de correrismo ainda assombram os povos originários, alvo de leis que restringiam o acesso à água e facilitavam a expansão da mineração em territórios ancestrais. Ele também criminalizou protestos.
“(Noboa) terá que construir pontes, o governo precisa urgentemente melhorar a percepção de segurança”, salientou Carpio à Reuters. “A gestão econômica será fundamental. O Equador precisa se recuperar e o governo precisa trabalhar em investimentos, gastos públicos e na questão do fornecimento de energia elétrica.”
A violência também esteve entre as principais preocupações dos eleitores. Segundo o boletim Think Global Health, do think tank americano Council on Foreign Relations, sete em cada dez equatorianos temem sair de casa à noite. Além disso, o país ocupa a pior posição no Índice de Lei e Ordem da empresa de pesquisa de opinião Gallup, que mede a percepção de segurança em 140 nações.
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