18 de abril de 2025

‘Queremos líderes que sabem ouvir’, diz CEO da Amazon, num desafio aos heads da companhia

Andy Jassy não está interessado em líderes com postura imperial.  Em sua carta anual a investidores nesta quinta-feira (10), o CEO da Amazon buscou deixar isso claro.

A empresa é guiada por 16 diretrizes, os “princípios de liderança”. São motes na linha “obsessão pelo cliente”, “simplificar”, “contratar e desenvolver os melhores”… Um deles, porém, tem um significado ambíguo: “Líderes estão certos, e muito”.

Quem fala sobre a tal ambiguidade é o próprio Andy Jassy:

“Quando instituímos esse princípio de liderança, alguns interpretaram incorretamente que os melhores eram aqueles cujas ideias eram escolhidas (ou seja, que estavam certos). Isso levou algumas pessoas a insistir demais, a lutar excessivamente por suas próprias ideias”, diz o CEO na carta.

“Não há nada de errado em defender aquilo em que você acredita”, ele segue. “Mas, na minha experiência, os melhores líderes querem ouvir a opinião dos outros. Eles não se abalam nem reagem mal quando são desafiados; eles ficam intrigados. Líderes eficazes mudam de ideia quando são apresentados a novas informações convincentes”.

Uma vez tomada a decisão, de qualquer forma, fim de papo. “Desse ponto em diante, todos devem se comprometer para que essa decisão seja bem-sucedida. É a única maneira de preservar a velocidade”.

O que nos leva a outro highlight da carta, sobre o objetivo de manter uma “mentalidade de startup”, mesmo numa empresa com 1 milhão de funcionários.

“À medida que as empresas têm sucesso e crescem, às vezes esquecem como tudo começou”, ele escreveu. “Construímos o Amazon Simple Storage Service (S3) com 13 pessoas; o Amazon Elastic Compute Cloud (EC2) com 11 pessoas. Alguns gestores se enganam achando que a melhor forma de crescer e progredir é acumulando grandes equipes… Nossos melhores líderes realizam mais com o menor número de recursos necessário para fazer o trabalho”.

Esse foi o primeiro posicionamento público sobre diretrizes que ele tinha dado a portas fechadas em março, justificando o corte de diversos cargos intermediários de gerência.

O ponto central do discurso de Jassy, em março e agora, é desburocratizar as operações da gigante. Fazer com que os processos internos fluam rapidamente.

Acelera, Andy

A velocidade é uma obsessão do CEO. A palavra foi citada 14 vezes na carta e “tem importância desproporcional para todos os negócios, em todas as empresas, a todo momento”. Para o CEO da Amazon, agilidade e qualidade não são conceitos excludentes.

“Os times de liderança precisam acreditar que [a velocidade] é uma prioridade, reforçar isso constantemente, organizar e remover barreiras e construir [processos] de forma modular para proporcionar o ritmo.”

O caminho passa, naturalmente, por eliminar burocracias. “Existe uma diferença entre processo e burocracia”, disse. “Quando você está operando em escala, precisa de mecanismos para entregar a experiência certa e a melhoria constante aos clientes. Mas, quando as empresas crescem e contratam mais gerentes, processos desnecessários vão ganhando camadas que acrescentam pouco valor.”

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