18 de abril de 2025

UE propõe tarifas ‘zero por zero’ aos EUA enquanto…

A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE), disse nesta segunda-feira 7 que ofereceu tarifas “zero por zero” a produtos industriais dos Estados Unidos como forma de negociação ao tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, anunciado na semana passada. Além dos impostos de 25% sobre aço, alumínio e carros, o bloco europeu foi alvo de novas tarifas “recíprocas” de 20% do governo americano.

No X, antigo Twitter, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que “a Europa está pronta para negociar com os EUA” porque está preparada “para um bom acordo”. No entanto, ela adiantou que a UE retaliará caso seja necessário. “Também estamos preparados para responder com contramedidas e defender nossos interesses”, afirmou.

Ministros do Comércio se reuniram em Luxemburgo para discutir possíveis respostas da União Europeia aos EUA. Muitos deles, contudo, parecem mais dispostos a negociar para bloquear as tarifas de Trump do que mergulhar o continente numa guerra comercial. Em coletiva, o vice-ministro da Economia da Polônia, Michal Baranowski, frisou que os representantes não queriam ser “precipitados”. Por sua vez, o comissário de Comércio da UE, Maros Sefcovic, disse que as discussões com Washington estavam em um estágio inicial.

“Embora a UE permaneça aberta — e prefira fortemente — a negociações, não esperaremos indefinidamente”, salientou Sefcovic, acrescentando que o bloco avançaria com contramedidas para evitar o desvio de comércio.

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Guerra comercial

Há preocupação de países europeus que podem ser mais afetados pelas tarifas de Trump, como é o caso da França e da Itália, exportadoras de vinho e destilados. O republicano já ameaçou uma contratarifa de 200% sobre bebidas alcoólicas da UE se o bloco impor uma taxa de 50% ao bourbon, um tipo de uísque, dos EUA.

Apesar dos alertas de Trump, Sefcovic salientou que analisa todas as possibilidades de resposta, incluindo o Instrumento Anticoerção da UE. O mecanismo permite mirar serviços americanos ou limitar o acesso de empresas do país a licitações de compras públicas da União Europeia. Acredita-se que o bloco deve aprovar ainda nesta semana uma retaliação de até 28 bilhões de dólares (165 bilhões de reais) em importações americanas, desde fio dental a diamantes.

Ao mesmo tempo, Bruxelas tem menos alvos do que Washington na queda de braço. As importações de produtos do bloco europeu vindas dos Estados Unidos representam 334 bilhões de euros (cerca de 2,1 trilhões de reais) no ano passado, contra 532 bilhões de euros (3,4 trilhões de reais) de exportações da UE para os EUA.

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