Os hutis, rebeldes que controlam parcialmente o Iêmen, denunciaram novos ataques dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 17, que disseram ter elevado o número de mortos do final de semana para 53, incluindo cinco crianças. Outras 98 pessoas ficaram feridas, segundo o porta-voz do Ministério da Saúde Houthi, Anis al-Asbahi.
O grupo rebelde, um dos que são apoiados pelo Irã no Oriente Médio, informou que alvos nas áreas de Al Jaouf e Hudaydah foram atingidos nesta manhã, enquanto o Comando Central dos Estados Unidos comunicou apenas que suas forças continuaram as operações. Autoridades americanas afirmaram que algumas figuras importantes da organização no Iêmen estão entre os mortos.
Washington lançou o que chamou de uma onda “decisiva e poderosa” de ataques aéreos contra alvos dos hutis no sábado 15, como parte dos esforços para impedir sabotagens dos rebeldes iemenitas contra navios americanos e de aliados no Mar Vermelho. A importante rota comercial marítima enfrentou interrupções devido às ações do grupo em apoio aos palestinos em meio à guerra em Gaza.
Escalada à vista
O líder huti Abdul Malik al-Houthi prometeu retaliar contra navios americanos no Mar Vermelho enquanto os Estados Unidos continuassem seus ataques ao Iêmen. Anteriormente, a promessa era de continuar com as sabotagens na rota até que Israel interrompesse o cerco a Gaza. O grupo, que considera Tel Aiv um inimigo, controla a cidade de Sanaa e o noroeste do Iêmen, mas não é o governo internacionalmente reconhecido do país.
“Se eles continuarem com sua agressão, nós continuaremos a escalada”, disse Malik al-Houthi em um discurso televisionado. O braço político do movimento descreveu os ataques americanos como um “crime de guerra”.
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Michael Waltz, disse à emissora ABC News que os ataques de sábado “atingiram vários líderes huti e os eliminaram”. À rede conservadora Fox News, ele acrescentou: “Nós apenas os atacamos com força esmagadora e avisamos o Irã de que já chega.”
O secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, prometeu uma campanha de mísseis “implacável” até que os hutis parem de investir contra embarcações no Mar Vermelho. “Esta campanha é sobre liberdade de navegação e restauração da dissuasão”, disse ele em uma entrevista à Fox Business.
Desde novembro de 2023, os hutis atacaram dezenas de navios mercantes com mísseis, drones e pequenos barcos no Mar Vermelho e no Golfo de Áden. Eles afundaram dois navios, apreenderam um terceiro e mataram quatro tripulantes.
Ao anunciar os ataques de sábado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que seu Exército usará “força letal esmagadora até atingirmos nosso objetivo”.
“Financiados pelo Irã, os bandidos hutis dispararam mísseis contra aeronaves americanas e alvejaram nossas tropas e aliados”, disse Trump nas redes sociais, acrescentando que sua “pirataria, violência e terrorismo” custaram “bilhões” e colocaram vidas em risco.
Dirigindo-se diretamente aos rebeldes, Trump afirmou que “o inferno vai chover sobre vocês como nunca viram antes”, caso as investidas contra embarcações não fossem interrompidas.
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