15 de março de 2025

Por que a China está preocupada com as tarifas de…

Entre idas e vindas, o presidente do Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na semana passada que vai adiar mais uma vez, por um mês, a implementação de tarifas sobre importações vindas do México cobertas pelo tratado de livre-comércio USMCA, o equivalente a cerca de 50% do volume total de importações. Apesar de estar envolta em sua própria guerra tarifária com Washington, a China acompanha de perto o que vem acontecendo em território mexicano, segundo análise do jornal americano The New York Times.

Autoridades em Pequim, segundo o jornal, estão cada vez mais preocupadas que as tarifas do presidente Trump sobre o México possam ser o início de uma ampla campanha para forçar os países em desenvolvimento ao redor do mundo a escolherem entre o comércio com os Estados Unidos ou com a China.

Em seu primeiro mandato, Trump já havia imposto tarifas sobre produtos da China, e empresas começaram a investir pesado em países como México, Vietnã e Tailândia para montar componentes chineses em produtos para envio aos Estados Unidos. Fazer a montagem final nesses países ofereceu uma porta dos fundos para o mercado dos EUA, independentemente dos atritos comerciais entre Washington e Pequim.

A preocupação agora em Pequim é que a pressão de Washington poderia forçar o México a fechar seu mercado para produtos chineses em troca de um adiamento das tarifas americanas.

No início do mês, o governo Trump anunciou novas tarifas contra produtos chineses por acusações de contrabando de fentanil, que a nação asiática chamou de injustificadas. Pequim defende que fez muito para conter as exportações de produtos químicos industriais usados ​​para fabricar a droga nos últimos anos, e que a crise dos opioides nos Estados Unidos é um problema doméstico.

Continua após a publicidade

Essas foram as mais recentes de uma série de tarifas retaliatórias que Washington e Pequim impuseram mutuamente desde o retorno de Trump à Casa Branca, em janeiro. Os Estados Unidos aumentaram os impostos fixos sobre todas as importações chinesas para 20%, enquanto Pequim respondeu com taxas adicionais de 15% sobre produtos americanos, incluindo frango, carne suína, soja e carne bovina. Além disso, expandiu a restrição dos negócios entre empresas chinesas e americanas.

O Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse nesta sexta-feira, 7, que seu país continuará a tomar medidas retaliatórias contra “tarifas arbitrárias” impostas pelos Estados Unidos e acusou o governo de Donald Trump de incentivar a “lei da selva” durante uma entrevista coletiva, à margem da sessão parlamentar anual do país.

Wang afirmou que os americanos estão “enfrentando o bem com o mal” ao relatar que os esforços chineses para ajudar Washington a conter a epidemia de opioides, com foco no combate ao tráfico de fentanil, foram recebidos com tarifas punitivas. Segundo ele, os laços entre as duas maiores potências do mundo estão sendo prejudicados.

Source link

About The Author