Um novo corpo foi encontrado no domingo, 9, elevando para ao menos 16 o número de mortos pelas enchentes que tomaram a cidade portuária argentina de Bahía Blanca, a sudoeste da capital Buenos Aires, na sexta-feira. Mais de 400 milímetros de chuva caíram em poucas horas, a mesma quantidade prevista para um ano na região, destruindo pontes e causando o colapso de residências, comércios e estradas.
Operações de busca continuam com força, impulsionadas por uma trégua na chuva, atrás de cerca de 100 pessoas ainda desaparecidas. Bombeiros e órgãos especializados em riscos especiais foram mobilizados com caiaques, assim como uma ampla gama de drones, que podem conseguem ampliar o alcance visual dos socorristas.
Um dos casos de maior comoção nacional é o de duas irmãs, de 1 e 5 anos, que foram levadas pela correnteza. Delfina e Pilar Hecker desapareceram na sexta-feira.
“A área de busca está sendo feita por meios aquáticos, pois a água não baixou. Ontem tivemos cerca de 20 bombeiros com caiaques e barcos que chegaram à foz do mar. Também é feita uma busca superficial, a pé e com paus para poder movimentar as plantas”, disse o ministro da Segurança de Buenos Aires, Javier Alonso.
Segundo Alonso, “havia muita correnteza e muita lama. Hoje vamos retomar as atividades”. “A mãe nos pediu para colocar fotos das meninas por toda a cidade, para que se alguém as encontrar possa reconhecê-las e nos avisar, então estamos realizando todas essas tarefas”, acrescentou.
Enquanto 35% de Bahía Blanca continua sem eletricidade, outro problema que surge além da limpeza é a falta de combustível para veículos ou geradores de energia. No domingo e especialmente na manhã de segunda-feira, havia longas filas de pessoas com galões nos poucos postos de gasolina que estavam abertos na cidade do sul.
Segundo o prefeito de Bahía Blanca, Federico Susbielles, os danos causados pelas inundações já ultrapassam o equivalente a 400 milhões de dólares (cerca de 2,3 bilhões de reais). Quase 70% das escolas da região sofreram algum tipo de dano, por exemplo.
O valor estimado é bem acima do anunciado pelo ministro da Economia, Luis Caputo em ajuda financeira, de cerca de 9 milhões de dólares. Dos 261 estabelecimentos da cidade, 100 foram monitorados. Desse total, 23 sofreram danos graves e 45 sofreram danos médios ou leves. Ou seja, quase 70% das escolas vistoriadas sofreram algum tipo de dano.
Em paralelo, o ministro Carlos Bianco confirmou nesta segunda-feira que a província de Buenos Aires está trabalhando com organizações internacionais que têm linhas de crédito vinculadas a desastres naturais.
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