
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump vai assinar um decreto que estabelece o inglês como a língua oficial do país, proibindo a comunicação em qualquer outro idioma nos órgãos federais, segundo uma fonte da Casa Branca nesta sexta-feira, 28. A medida tem como objetivo “promover a unidade”, mas ocorre em um contexto de crescente retórica anti-imigração e de fortalecimento de políticas restritivas.
Embora o inglês seja amplamente falado em todo o território americano, os Estados Unidos nunca adotaram uma língua oficial em sua Constituição. O modelo de não formalizar um idioma reflete a tradição do país de integrar imigrantes de diversas partes do mundo, permitindo que preservem suas línguas e culturas enquanto se adaptam ao inglês.
O novo decreto de Trump vai além da declaração simbólica. Ele reflete a agenda do presidente de reforçar a identidade nacional e de limitar o apoio do governo federal a imigrantes que não falam inglês. A medida revoga uma exigência implementada pelo ex-presidente Bill Clinton, que obrigava órgãos públicos a oferecerem serviços em vários idiomas, impactando diretamente a interação de imigrantes com serviços essenciais, como saúde, educação e assistência social. A mudança atinge particularmente comunidades latino-americanas, que representam cerca de 19% da população dos EUA, além de grandes grupos de falantes de chinês, árabe e outras línguas.
Durante sua campanha presidencial de 2016, Trump foi crítico de figuras como Jeb Bush, seu adversário republicano, que usava o espanhol em sua comunicação política. Na época ele afirmou em uma coletiva de imprensa em Nova York: “Somos uma nação que fala inglês”.
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