
O cineasta Walter Moreira Salles Júnior, diretor do filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, tem uma fortuna avaliada em US$ 4,5 bilhões, segundo o ranking em tempo real da Forbes. Mas esse patrimônio não vem das telas de cinema. Walter Salles, considerado um dos mais importantes cineastas do país, pertence a uma tradicional família de banqueiros que deu origem ao Unibanco – instituição que, em 2008, se fundiu com o Itaú.
“Ainda Estou Aqui” concorre neste domingo (2) ao Oscar 2025 em três categorias (melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz com Fernanda Torres). Segundo o IMDb, especializado na indústria cinematográfica, “Ainda estou aqui” custou US$ 1,35 milhão e já arrecadou US$ 15 milhões, um lucro de mais de 1000%.
Walter Salles é neto de João Moreira Salles, fundador da Casa Bancária Moreira Salles, que depois se tornou o Unibanco e, em 2008, se fundiu com o Itaú – do qual Walter e seus irmãos João, Pedro e Fernando, eram acionistas. Mas apenas dois deles continuam envolvidos com os negócios da família: em 2022, Fernando e Pedro compraram as partes de João e Walter na holding que controla a fatia familiar no Itaú Unibanco.
Atualmente, Pedro é o presidente do Conselho de Administração do Itaú Unibanco. E Fernando é presidente do conselho da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), líder mundial na produção e fornecimento de produtos de nióbio, com cerca de 80% do mercado mundial do metal. A família Moreira Salles é dona de cerca de 70% da companhia.
Os irmãos de Walter controlam também a Brasil Warrant Gestão de Investimentos. A empresa atua como holdings de instituições não-financeiras. O family office que administra a fortuna da família Moreira Salles aumentou seus ativos sob gestão para R$ 54,1 bilhões e ampliou a equipe. Com sede em Minas Gerais, a empresa também possui escritórios nos EUA, Europa e Singapura, e vende o metal para cerca de 40 países.
A fortuna dos Moreira Salles
Segundo a Forbes, os irmãos Moreira Salles têm as seguintes fortunas:
- Fernando Moreira Salles (empresário): US$ 6,6 bilhões
- Pedro Moreira Salles (banqueiro): US$ 6,2 bilhões
- João Moreira Salles (produtor e documentarista): US$ 4,5 bilhões
- Walter Moreira Salles (cineasta): US$ 4,5 bilhões
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A família Moreira Salles também é conhecida por seu envolvimento na cultura e nas artes. O Instituto Moreira Salles, fundado por Walther Moreira Salles, é dedicado à conservação e promoção das artes e da cultura brasileira. O instituto promove exposições de artes plásticas, cinema, fotografia e música, além de conservar acervos culturais importantes
Dedicação ao cinema
A herança familiar o proporcionou a Walter Salles acesso a recursos financeiros significativos, o que lhe permitiu perseguir suas paixões sem as pressões econômicas que muitos artistas enfrentam. Isso foi crucial para que ele pudesse investir em sua carreira no cinema, produzindo filmes que não necessariamente precisavam ser comerciais para serem viáveis.
Walter e o irmão João fundaram a produtora Videofilmes, em 1987. Isso permitiu que ele explorasse temas sociais e culturais em seus filmes, como “Central do Brasil”, que ganhou o Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim, em 1998, e o Globo de Ouro, em 1999, e “Diários de Motocicleta”, vencedor do Prêmio Bafta em 2005.
Walter Salles também dirigiu “Terra Estrangeira” (1995) e “Abril Despedaçado” (2001) e produziu “Cidade de Deus” (2002). Ele é casado com a artista plástica Maria Kablin, herdeira do Grupo Kablin, maior produtora e exportadora de papéis do país, e pai de Vicente e Helena.
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