Preocupado com as contas do Vaticano, o papa Francisco instituiu, no último dia 11 de fevereiro (três dias antes de ser hospitalizado no Gemelli, em Roma), a Commissio de donationibus pro Sancta Sede (Comissão de Doações para a Santa Sé), iniciativa permanente que tem como objetivo incentivar as doações por meio de campanhas junto aos fiéis, às Conferências Episcopais e outros potenciais benfeitores. A comissão também quer intensificar a caridade em prol da Sede Apostólica, além de arrecadar recursos para projetos específicos apresentados pelas Instituições da Cúria Romana e pelo Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano.
O texto, que se chama quirógrafo (documento papal escrito de próprio punho), foi divulgado para jornalistas credenciados na Santa Sé e informou que a comissão é composta pelo monsenhor Roberto Campisi, assessor para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, monsenhor Flavio Pace, secretário do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, freira Alessandra Smerilli, secretária do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral; freira Silvana Piro, subsecretária da Administração do Patrimônio da Sede Apostólica, e o advogado Giuseppe Puglisi-Alibrandi, vice-secretário Geral do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano.
A comissão terá a responsabilidade de incentivar as doações, focando na importância dessas contribuições para a caridade da Sede Apostólica. Ela também será encarregada de arrecadar fundos para projetos específicos apresentados pelas Instituições da Cúria Romana e pelo Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, sempre respeitando a autonomia de cada entidade e a vontade dos doadores.
A iniciativa funcionará com base em um Estatuto aprovado pelo Santo Padre para um período experimental de três anos. Deve funcionar com recursos adequados, que serão fornecidos pela Administração do Patrimônio da Sede Apostólica e pelo Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano. Será estabelecido um orçamento anual, e a comissão deve seguir as regras contábeis e submeter seu orçamento à aprovação do pontífice.
As reuniões ocorrerão pelo menos quatro vezes ao ano, com a convocação feita pelo presidente e as decisões serão tomadas por maioria absoluta, com o voto do presidente sendo decisivo em caso de empate. Um relatório semestral será enviado ao Santo Padre, e anualmente, um resumo de suas iniciativas à Secretaria para a Economia.
Em caso de dissolução da comissão, os bens disponíveis serão destinados ao papa. Dentro de três meses após a publicação do quirógrafo, a comissão deverá emitir um regulamento de implementação para formalizar seus procedimentos.
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