14 de março de 2025

Trump volta a falar sobre um terceiro mandato, que…

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a levantar na quinta-feira 20 a possibilidade de ser eleito para um terceiro mandato, o que é inconstitucional no país. Ao contrário do Brasil, que não permite três mandatos consecutivos, mas libera a volta ao poder depois de uma quebra – como ocorreu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) –, a lei americana restringe a duas no total as passagens pela Casa Branca.

Em um evento na Casa Branca para marcar o Mês da História Negra, Trump fez um discurso usando a expressão “da próxima vez”, fazendo referência a um próximo mandato, e perguntou a apoiadores se ele deveria concorrer novamente. Então, recebeu os gritos da plateia: “Mais quatro anos! Mais quatro anos!”

“Aí está sua controvérsia”, Trump respondeu, rindo. Ele levantou a ideia mais de uma vez durante seu primeiro mandato e tornou a fazê-lo desde que venceu as eleições em novembro do ano passado.

Horas depois, Stephen Bannon, ex-assessor de Trump e um dos faróis da extrema direita, fez um discurso em Baltimore na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), evento anual que reúne a ultradireita mundial, liderou o coro da plateia: “Queremos Trump em 2028!”

“Queremos Trump em 28”, disse Bannon. “É isso que eles não suportam. Um homem como Trump aparece apenas uma ou duas vezes na história de um país. Certo? Queremos Trump!”

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A Casa Branca não se pronunciou sobre os incidentes.

Alarme antidemocrático

Nos últimos dias, o presidente americano também se referiu a si mesmo como um “rei” e citou um ditador ao sugerir que ele era imune a seguir leis, ao passo que seu governo continua a desafiar os limites do poder presidencial com base em polêmicas ordens executivas.

Declarações como essa soam o alarme entre os críticos que alertam que Trump governa o país com um manual autoritário e temem que ele possa tentar tomar o poder de forma antidemocrática, como ensaiou fazer após perder a eleição de 2020 para Joe Biden. A 22ª Emenda da Constituição proíbe presidentes de ocupar o cargo mais de duas vezes.

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“A escolha agora é democracia ou ditadura. E estamos deslizando mais rápido do que eu jamais imaginei ser possível para a última”, escreveu o ex-secretário do Trabalho Robert Reich no X, antigo Twitter, na quinta-feira.

Desde que assumiu o cargo, Trump agiu rapidamente para aumentar os poderes presidenciais, em especial com o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), força-tarefa nas mãos do bilionário Elon Musk que atua para enxugar a máquina pública e cortar gastos considerados “desnecessários”. Agências federais vêm denunciando ações radicais do DOGE contra elas que, em muitos casos, parecem violar a lei federal.

Além disso, diversas figuras do governo Trump desafiaram abertamente o poder da Justiça americana, afirmando que juízes não teriam o direito de contestar decisões federais.

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No meio dessa blitz, Trump fez uma postagem nas redes sociais no último sábado afirmando que “aquele que salva seu país não viola nenhuma lei”. A citação é atribuída ao francês Napoleão Bonaparte, que liderou uma ditadura, e endossa uma postura vista como antidemocrática.

Quatro dias depois, o presidente americano se referiu a si mesmo como “o rei” nas redes sociais, enquanto a Casa Branca postou uma ilustração dele usando uma coroa, que pareceu tentar imitar uma capa da revista Time.

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