O México não aceitará qualquer tipo de intervenção militar ou violação de sua soberania por parte dos Estados Unidos, declarou a presidente Claudia Sheinbaum nesta quinta-feira, 20, após Washington incluir cartéis mexicanos em sua lista de organizações terroristas. Parte de um decreto de Donald Trump, a medida gerou reação firme do governo mexicano, que anunciou reformas constitucionais para fortalecer a segurança nacional.
+ EUA classificam cartéis mexicanos e gangues latino-americanas como organizações terroristas
Sheinbaum enfatizou que o México prioriza colaboração com os EUA, e não subordinação ou intervenção. “Com o México , é colaboração e coordenação, nunca subordinação ou intervencionismo, e muito menos invasão”, disse a líder durante entrevista coletiva.
Sheinbaum enfatizou que o governo mexicano não foi consultado antes de Washington tomar a decisão de classificar os cartéis como organizações terroristas. Em resposta, a presidente propôs reformas constitucionais para fortalecer a soberania do país, incluindo o endurecimento das penas contra o tráfico de armas e medidas mais rigorosas para combater o fluxo ilegal de armamentos provenientes dos EUA, que, segundo o Palácio Nacional, têm sido negligenciados na venda para traficantes de drogas, contribuindo para a violência no México.
Além disso, a presidente anunciou que o México intensificará as investigações sobre vínculos entre traficantes de drogas e organizações terroristas, o que pode resultar em novas acusações de cumplicidade.
Sheinbaum também alertou que a designação dos cartéis como terroristas pode prejudicar migrantes, já que eles frequentemente são extorquidos ou forçados a pagar resgates, podendo ser acusados de apoiar organizações terroristas e prejudicar suas chances de asilo nos EUA.
A medida também tem gerado especulações sobre uma possível ação militar por parte dos Estados Unidos. Elon Musk, aliado de Trump, sugeriu que a designação de cartéis como terroristas abre caminho para ataques com drones. No entanto, a presidente mexicana afirmou que qualquer operação desse tipo só poderia ocorrer com a permissão do México, como já aconteceu em algumas operações de monitoramento na fronteira para combater a produção de fentanil.
O histórico de intervenções militares dos EUA no México, que inclui invasões ao longo dos séculos XIX e XX, ainda pesa nas relações entre os dois países.
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