Cinco pessoas ficaram feridas após uma série de ataques explosivos entre a noite de quarta-feira e esta quinta-feira, 20, na fronteira entre Colômbia e Venezuela. Acredita-se que o grupo guerrilheiro colombiano Exército de Libertação Nacional (ELN) esteja por trás dos atentados, que tiveram palco nas cidades de Villa del Rosario e Cúcuta, ambas situadas no departamento Norte de Santander, na Colômbia.
Os explosivos foram implementados em uma praça de pedágio na rodovia internacional que liga Cúcuta a San Antonio del Táchira e em delegacias policiais. Entre os feridos, estão três trabalhadores do Instituto Nacional de Estradas (Invías) e dois seguranças da praça. Em resposta, o secretário de Segurança Cidadã do Norte de Santander, George Quintero, ofereceu uma recompensa de “até 100 milhões de pesos (cerca de US$ 25 dólares) para encontrar os responsáveis pelos fatos violentos das últimas horas”.
Nesta manhã, um posto policial no Templo Histórico, e a Delegacia de Polícia de La Parada, em construção, foram atacados com tiros. Quintero definiu os atentados como “terroristas”, acrescentando: “Tudo aponta para o ELN”, citando que os guerrilheiros colocaram explosivos em estradas de Norte de Santander nos últimos dias.
Norte de Santander é um dos maiores focos do ELN, incluindo a região de Catatumbo, que há um mês testemunhou um ataque contra um grupo dissidente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Na ocasião, 63 pessoas foram mortas e mais de 50 mil foram deslocadas. A onda de ataques levou o presidente colombiano, Gustavo Petro, a suspender as negociações de paz com os guerrilheiros, iniciadas no ano passado.
A política de paz de Petro reduziu as ações ofensivas das forças públicas contra grupos armados. Após pedidos do líder colombiano para que todos os ministros do governo abandonassem o cargo, Iván Velásquez, à frente da Defesa, renunciou. Na quarta-feira, o general da Força Aérea Pedro Sánchez foi nomeado para substituí-lo, sob críticas.
+ Crise colombiana: Gustavo Petro pede a renúncia de todos os seus ministros
Problemas na Guiana
A fronteira está agitada nos últimos dias. No início desta semana, a Força de Defesa da Guiana anunciou que seis soldados ficaram feridos após um confronto com uma suposta gangue venezuelana na fronteira entre os países. O tiroteio teve palco no Rio Cuyuni, Essequibo, região rica em petróleo que Caracas quer tomar para si.
Em comunicado, o Exército da Guiana afirmou que um transporte de suprimentos foi emboscado por membros de um “sindicato”, termo usado por gangues na região, a caminho da base principal em Eteringbang e Makapa.
“Após a troca de tiros, os agressores recuaram, mas não antes de vários membros das forças de segurança sofrerem ferimentos de bala”, disse a nota, acrescentando que novas tropas foram “mobilizadas para reforçar sua presença na área”.
O confronto ocorreu no 59º aniversário da assinatura do Acordo de Genebra, de 1966, quando a Guiana ainda não era independente. Na ocasião, Venezuela e Reino Unido reconheceram que havia uma disputa territorial na região, mas que seria resolvida de “maneira satisfatória para todas as partes”. A Guiana, por sua vez, rejeita o pacto e demanda à Corte Internacional de Justiça (CIJ) o reconhecimento de uma sentença que estabelece as fronteiras anuladas há quase seis décadas.
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