Interior
Intervenção de órgãos federais evitou conflitos e abriu caminho para negociação de reforma agrária
Por Jhefferson Gamarra | 27/04/2025 20:18

A intervenção das superintendências do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) e do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Mato Grosso do Sul evitou o agravamento do conflito instalado em Dourados, a 230 quilômetros de Campo Grande, após a ocupação de um imóvel rural da empresa JBS por cerca de 300 famílias organizadas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocupou um imóvel rural da JBS em Dourados, Mato Grosso do Sul, após negociações com o Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário. A ocupação, realizada por cerca de 300 famílias, visava denunciar a falta de cumprimento da função social da propriedade. A intervenção do governo evitou confrontos, apesar da mobilização de forças de segurança. A saída pacífica dos trabalhadores permitiu a abertura de um canal de diálogo, enquanto o governo busca acelerar a destinação de imóveis para assentamento, visando a Reforma Agrária na região.
O grupo ingressou na área na manhã do sábado (26), localizada no distrito de Panambi, às margens da MS-379. Segundo o MST, o objetivo da ação era denunciar que a propriedade estaria há mais de 12 anos sem cumprir sua função social, reivindicando o assentamento das famílias que há meses ocupavam as proximidades da rodovia.
A ocupação provocou reação imediata dos proprietários do imóvel e mobilizou forças estaduais de segurança, como o Batalhão de Choque, DOF (Departamento de Operações de Fronteira), e Corpo de Bombeiros. Neste domingo (27), a ação policial para retirada dos trabalhadores sem-terra incluiu uso de bombas de efeito moral e balas de borracha.

Diante da situação de tensão e do risco de confronto, representantes do Governo Federal negociaram com a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e o comando da operação. As superintendências do MDA e do Incra solicitaram que a ação policial fosse proporcional e priorizasse a segurança das famílias, evitando o uso excessivo da força. A deputada federal Camila Jara (PT) e a deputada estadual Gleice Jane (PT) também acompanharam as negociações.
Paralelamente, foi feita uma negociação direta com os trabalhadores rurais, que aceitaram sair do imóvel de maneira pacífica. O entendimento permitiu que a operação transcorresse sem registro de confrontos ou feridos.
O Governo Federal segue mediando tratativas com a JBS e buscando acelerar a destinação de imóveis para assentamento no âmbito da Reforma Agrária. Embora o clima ainda seja de tensão, a saída pacífica das famílias abriu um canal de diálogo e reduziu o risco de novos episódios de violência na região.
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