Em um funeral que reúne os principais chefes de Estado do mundo, os últimos a se despedirem do papa Francisco foram os mais humildes e colocados à margem da sociedade, como pobres, detentos, migrantes e transexuais, informou a Santa Sé.
Antes do sepultamento entre a Capela Paulina e a Capela Sforza da Basílica Liberiana, cerca de 40 pessoas foram escolhidas para o último adeus nas escadarias da Basílica de Santa Maria Maior carregando uma rosa branca.
Em comunicado, a Santa Sé relembrou que “os pobres têm um lugar privilegiado no coração de Deus” e o pedido do pontífice de que a população mais vulnerável nunca fosse esquecida.
“Parece-me uma escolha comovente, porque o Santo Padre Francisco é acolhido pela Mãe que tanto amou e por seus filhos prediletos, que serão como uma coroa nestes últimos passos. Parece-me algo realmente bonito…”, disse à agência Vatican News dom Benoni Ambarus, secretário da Comissão para as Migrações da Conferência Episcopal Italiana e delegado para a área da caridade.
A ideia de valorizar pessoas que, muitas vezes, são colocadas em último lugar na sociedade surgiu de uma conversa entre dom Ambarus e dom Diego Ravelli, mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, que levou à escolha de representantes de algumas categorias. Assim, foram escolhidos moradores de rua, migrantes, detentos ou ex-presidiários e famílias carentes.
Transexuais, que são vítimas de preconceito e violência, não foram esquecidos. “Eles têm histórias muito bonitas por trás. Uma em particular, quando nos conhecemos antes do Natal, tinha acabado de assinar seu primeiro contrato de trabalho verdadeiro com a ajuda da Cáritas Diocesana de Roma. Estava toda emocionada”, relatou dom Ambarus.
Detentos já se encontraram com Francisco
Alguns dos presos presentes no último adeus, como os de Rebibbia, já estiveram com o papa Francisco em uma ocasião em que o pontífice transformou a penitenciária em “uma catedral por um dia”. Em carta, eles relataram que se sentem órfãos de pai.
“Por outro, escreveram-me outro dia: ‘Permaneceremos apegados àquela esperança à qual ele nos convidou a nos agarrar’”. E esta esperança é também que “a sociedade civil e todos nós não os esqueçamos, como o Papa Francisco muitas vezes nos convidou a fazer.”
Adeus e agradecimento
Ainda em conversa com o Vatican News, dom Ambarus disse que o momento não representa apenas uma despedida, mas uma forma de agradecimento pela lembrança e acolhimento durante os 12 anos em que Francisco esteve à frente da Igreja Católica.
“O gesto da rosa branca é uma forma de dizer seja bem-vindo, porque irá para a Casa do Pai, uma rosa para dizer obrigado pelo que fez por nós. São os filhos que saúdam o pai.”
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