Além de simples, como pediu que fosse dada sua aversão ao luxo, o túmulo do papa Francisco na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, foi construído com pedras da Ligúria, região italiana onde seus avós viveram, informou o Vatican News, portal oficial do Vaticano, neste sábado, 26. Ele já foi sepultado em cerimônia privada, após um funeral público que misturou 400 mil peregrinos, de acordo com o governo da Itália, a 130 delegações de chefes de Estado.
A tumba comum, “simples, sem decoração especial”, segundo solicitou em seu testamento final, ostenta apenas a inscrição de seu nome papal em latim, “Franciscus”, e uma réplica da cruz que usava no pescoço – feita de ferro, nada de ouro e pedras preciosas, como a que seu antecessor, Bento XVI, ostentava.

Assim, ele deixa este plano da mesma forma que praticou seu papado: um líder da Igreja Católica pé no chão, coerente com a sua condição de jesuíta com votos de pobreza. Francisco dispensou a limusine blindada, preferindo veículos comuns, e passou o pontificado na residência de Santa Marta, um edifício mais simples do Vaticano. Durante o conclave que o elegeu, espantou a todos ao pagar pessoalmente a conta do hotel onde se hospedou (que pertencia à própria Igreja).
Localizado próximo ao Altar de São Francisco, entre a Capela Paulina e a Capela Sforza, o túmulo reflete o desejo do papa de repousar em um local conectado à sua herança familiar. O Cardeal Rolandas Makrickas, co-arcebispo da Basílica, compartilhou os detalhes em uma recente entrevista.
“É precisamente na pequena cidade de Cogorno que uma placa de ardósia – uma rocha metamórfica de granulação fina, cinza, verde ou azulada – homenageia o bisavô de Bergoglio, Vincenzo Sivori. Ele viajou da Itália para a Argentina no século XIX. Lá, criou sua família, incluindo sua neta Regina Maria Sivori: a mãe do Papa Francisco”, reportou o Vatican News.
Segundo o portal, Francisco costumava manter sua ligação com a Ligúria em segredo, então a prefeita da cidade, Enrica Sommariva, se surpreendeu ao saber que o papa havia solicitado uma pedra da região de seus avós para seu túmulo.
Angela Sivori, que ainda mora em Cogorno, relatou ao Vatican News o momento em que descobriu que era prima do Papa Francisco. Ela descreveu ter recebido um telefonema de Buenos Aires e uma árvore genealógica por e-mail. Ela e sua filha, Cristina, disseram que o pedido do papa em relação à pedra para o túmulo foi um presente maravilhoso para a família, “uma última surpresa”.
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