Com quase 20 minutos de duração, a homilia fúnebre do cardeal Giovanni Battista Re, neste sábado, 26, relembrou muitos momentos marcantes do pontificado de Francisco – e teve um tom político que, sem dúvidas, irritou vários dos chefes de Estado reunidos na Praça de São Pedro.
Mais de 200 mil pessoas lotaram o Vaticano nesta manhã para dar o último adeus ao papa Francisco na Missa de Réquiem, liderada por Re, presidente do Colégio Cardinalício, em que foi acompanhado por 220 cardeais e 750 bispos e padres perto do altar. Outros mais de 4 mil padres celebraram o ritual na praça, e dentro da catedral, mais de 130 delegações com chefes de Estado participam da despedida.
Além de definir Francisco como um “papa no meio do povo, de coração aberto”, que tornou a Igreja “um lar de todos”, Re deu um recado intenso a respeito da responsabilidade de líderes mundiais em relação a causas comuns da humanidade e a “derrota trágica” que representam as guerras.
“Dirigindo-se a homens e mulheres de todo o mundo, na sua Carta Encíclica Laudato si’, (Francisco) chamou a atenção para os deveres e a corresponsabilidade em relação à causa comum. ‘Ninguém se salva sozinho’”, lembrou Re.
Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, realizaram uma reunião a respeito das negociações de paz com a Rússia, que Washington intermedia. Ficou marcada uma missa em que o falecido líder da Igreja Católica chorou ao falar sobre o conflito no Leste Europeu, e até os seus últimos momentos, ele realizava telefonemas diários com a paróquia de Gaza, enclave palestino devastado pela guerra Israel-Hamas.

“Perante o eclodir de tantas guerras nos últimos anos, com horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o papa Francisco levantou incessantemente a sua voz implorando a paz e convidando à sensatez, a uma negociação honesta para encontrar soluções possíveis, porque a guerra – dizia ele – é apenas morte de pessoas e destruição de casas, hospitais e escolas”, lembrou Re. “A guerra deixa sempre o mundo pior do que estava: é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos”, completou.
De acordo com o presidente do Colégio Cardinalício, a exortação “construir pontes e não muros” foi algo que Francisco repetiu muitas vezes, “e o serviço da fé como Sucessor do Apóstolo Pedro esteve sempre unido ao serviço do homem em todas as suas dimensões”.
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