Missa memorial e multidão na Praça de Maio: o adeu…

Com cânticos, velas, bandeiras e orações, milhares de pessoas em Buenos Aires, capital da Argentina, onde nasceu o papa Francisco, celebraram neste sábado, 26, o funeral do pontífice, enquanto a cerimônia ocorria em Roma, do outro lado do Atlântico.

Desde que o chefe da Igreja Católica faleceu na segunda-feira 21, vítima de um AVC e problemas cardiorrespiratórios, uma série de homenagens pipocaram pela terra natal de Jorge Mario Bergoglio. Nesta sexta, milhares de pessoas se reuniram na catedral de Buenos Aires para vigílias ao amanhecer e uma missa memorial.

A multidão que compareceu aos rituais foi incentivada a assumir o manto ativista do primeiro papa da América Latina e a dar continuidade ao seu legado – durante a homília no Vaticano, ele foi lembrado como “o papa no meio do povo, de coração aberto”, que transformou a Igreja Católica no “lar de todos”.

“Choramos porque o pai de todos morreu. Agora, sejamos a Igreja em saída que Francisco sempre quis que fôssemos, uma Igreja inquieta que se mobiliza”, disse o arcebispo de Buenos Aires, Jorge García Cuerva, durante a missa fúnebre na capital argentina.

Enfrentando a chuva e o frio do outono, dezenas de pessoas montaram tendas na famosa Praça de Maio para uma vigília noturna até as 5h locais, quando começou o funeral em Roma (às 8h de lá). Fiéis penduraram faixas com algumas das frases mais emblemáticas do papado de Francisco, como “façam barulho” e “sonhem alto”. Uma imagem do papa com a inscrição “reze por mim” foi projetada em um obelisco próximo.

Imagens do papa e da Virgem de Luján, um dos muitos títulos da Virgem Maria no catolicismo (Francisco era seu devoto e por isso escolheu ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore), foram iluminadas com velas. No ritual litúrgico da Eucaristia, pão foi partido e bandeiras foram hasteadas.

Iara Amado, assistente social de 25 anos, disse à agência de notícias AFP que desejava que a vigília “recuperasse o legado do papa, transformasse a tristeza deixada por sua partida em um farol de esperança”.