O ex-deputado norte-americano George Santos foi condenado, na sexta-feira (25), a 87 meses de prisão por fraude eletrônica e roubo de identidade qualificado.
A sentença marca o desfecho de uma trajetória meteórica e controversa, marcada por mentiras sobre sua biografia e práticas criminosas para alcançar o poder.
Durante a audiência, Santos — visivelmente emocionado — pediu clemência à juíza Joanna Seybert, do Tribunal Distrital dos EUA, alegando estar “humilhado” e “castigado” por seus atos. “Peço minhas mais profundas desculpas”, declarou entre lágrimas. “Não posso reescrever o passado, mas posso controlar o caminho a seguir.”
A magistrada, no entanto, mostrou-se pouco convencida pelo apelo. “Onde está o seu remorso? Onde eu o vejo?”, questionou antes de anunciar a sentença.
Ela observou que o ex-parlamentar demonstrava uma tendência a culpar os outros por seus erros, sem assumir plena responsabilidade.
Santos, eleito deputado federal por Nova York, teve uma passagem relâmpago pela Câmara dos Representantes, sendo expulso em 2023 após apenas um ano de mandato.
As investigações revelaram que ele havia enganado doadores de campanha e utilizado identidades falsas — inclusive de membros da própria família — para canalizar recursos ilícitos à sua campanha eleitoral.
Como parte do acordo judicial, ele concordou em pagar aproximadamente 580 000 dólares, ou 3,3 milhões de reais, em multas e restituições.
Santos, de 36 anos, deverá se apresentar para cumprir pena em 25 de julho. Após a audiência, deixou o tribunal sem responder às perguntas gritadas por jornalistas.
Do lado de fora do tribunal, o procurador americano John Durham, responsável pelo caso, destacou a gravidade das ações do ex-parlamentar. “Desde o momento em que declarou sua candidatura ao Congresso, Santos usou sua campanha para enriquecer pessoalmente e obter vantagens financeiras.”
Os promotores, que solicitaram a pena de 87 meses — integralmente acatada pela juíza — também colocaram em dúvida o suposto arrependimento de Santos.
Eles destacaram que, mesmo após admitir a culpa, o ex-deputado continuou se apresentando como vítima de perseguição em publicações recentes nas redes sociais, sugerindo excesso por parte do Ministério Público.
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