A freira francesa Geneviève Jeanningros, que viralizou ao quebrar o protocolo e se aproximar do caixão do papa Francisco na Basílica de São Pedro, visitou o corpo do pontífice pela quarta vez nesta sexta-feira, 25. Em entrevista ao Vatican News, veículo oficial do Vaticano, a religiosa de 81 anos definiu o Santo Padre como “um pai, um irmão, um amigo” e disse que “vai fazer falta para todos”.
“Muita gente me disse: quando for ver o papa, leve a gente com você. Chorei também por eles”, afirmou Jeanningros.
Na terça-feira 22, quando visitou o amigo pela primeira vez, a irmã foi levada pelos seguranças ao cordão de proteção, onde permaneceu por alguns minutos, se despedindo em lágrimas. Na nova visita, ela rezou diante do caixão de Francisco e mandou um beijo com a mão à distância. Ao portal do Vaticano, Jeanningros declarou que recebeu inúmeros pedidos de entrevista, mas que negou todos.
“Não, não consigo (falar sobre a morte de Francisco). Não quero falar com ninguém, me desculpem. Não consigo porque é demais, sabe? Eu gostava muito dele, é isso”, desabafou.
A freira estava acompanhada por Laura Esquibel, uma mulher trans paraguaia que participou de sete encontros com o líder da Igreja Católica. Francisco gostava das suas empanadas, o que levou Esquibel a mandar a iguaria para o papa algumas vezes.
“Fui a primeira mulher transexual a apertar a mão dele. Já o vi sete vezes, almoçamos juntos. Eu gostava muito dele”, contou ela.
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Quem é Geneviève Jeanningros
A freira “conheceu o papa há algum tempo” e “escreveu para ele logo depois da eleição, relembrando a história de uma tia missionária na Argentina que desapareceu durante a ‘Guerra Suja’”, segundo o Vatican News. Depois disso, nunca mais pararam com as correspondências e ficaram amigos. Em uma audiência com artistas de rua, Francisco desejou pessoalmente um feliz aniversário a ela.
Parte da fraternidade Irmãzinhas de Jesus, ela comanda um projeto que acolhe minorias sociais em Roma, na Itália. A freira mora em um trailer na periferia da capital italiana e já chegou a levar pessoas a quem atendia a audiências com Francisco no Vaticano. Uma das vezes, convidou familiares de um médico americano morto pela pandemia de Covid-19 a Roma para se encontrar com o papa, após ele ter tido o funeral católico recusado por ser gay.
Em junho de 2024, Geneviève encontrou-se com o papa Francisco na Audiência Geral, junto com um grupo formado por homossexuais, transexuais, um casal de catequistas e uma jovem engajada na Pastoral Carcerária, uma ação da Igreja Católica que busca promover a dignidade humana e os direitos humanos nas prisões, além de evangelizar os presos e seus familiares. Na época, a freira afirmou que não conhecia os membros do grupo, mas que sequer pensou em se informar sobre sua orientação sexual.
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