As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) divulgaram um vídeo nesta quarta-feira, 17, em que “resume” as operações na Faixa de Gaza a partir de 18 de março, data que marcou o fim do cessar-fogo com o grupo palestino radical Hamas.
No X, antigo Twitter, as IDF afirmaram que, nesse período, “aproximadamente 1.200 alvos terroristas — incluindo rotas de túneis terroristas — foram atingidos do ar por 350 caças e aeronaves da IAF (Força Aérea Israelense, na sigla em inglês).”
“Mais de 100 eliminações seletivas foram realizadas, e centenas de terroristas e comandantes militares de organizações terroristas em Gaza foram neutralizados”, disse a publicação, sem apresentar provas. “15 comandantes de companhia e outros terroristas que se infiltraram em território israelense em 7 de outubro estavam entre os eliminados. As FDI continuarão a operar contra o Hamas sempre que necessário.”
No início do vídeo, surgem os dois corredores de segurança estabelecidos por Israel no enclave palestino: Philadelphi e Morag.
O primeiro corresponde a uma estreita faixa de terra, de 14,5 quilômetros, ao longo da fronteira sul de Gaza com o Egito. Morag, por sua vez, era o nome de um assentamento judeu que ficava entre Rafah e Khan Younis. Ou seja, a passagem foi criada para separar as cidades ao sul.
Além deles, há o Corredor Netzarim, que isolou o norte do sul da Faixa de Gaza.
A publicação alega que os corredores foram implementados para desmantelar a “rota subterrânea de túnel terrorista”. Um deles, segundo o post, foi encontrado em um jardim de infância. Outro, foi identificado depois de um “encontro com terroristas”.
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Destruição em Gaza
As imagens da Faixa de Gaza vista de cima, na realidade, divergem e muito das apresentadas por Israel — o vídeo, inclusive, informa que trata-se de uma “ilustração”. Após o final do cessar-fogo, Israel passou a controlar 50% do enclave, espremeu milhões de palestinos em territórios cada vez menores e expandiu as zonas-tampão, áreas criadas supostamente para proteger soldados e civis israelenses de ataques dos militantes, ao mesmo tempo em que impede o deslocamento de palestinos.
A zona-tampão nos arredores da fronteira de Gaza, maior área contígua sob controle de Israel, duplicou nas últimas semanas, de acordo com a AP. Por lá, terras agrícolas, casas, prédios e infraestruturas foram devastadas, de forma a impedir o retorno da população no futuro. O Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, estabelece como crime de guerra ataques direcionados a instalações civis, incluindo hospitais e edifícios dedicados à ajuda humanitária, educação e religião.
Imagens de satélite mostram bairros transformados em escombros na zona-tampão, ao passo que uma dúzia de novos postos avançados do exército israelense foram estabelecidos desde o fim do cessar-fogo, que esteve em vigor de novembro do ano passado até março.
Os bombardeios e ofensivas terrestres também devastaram cidades e vilas de Gaza. Mas a destruição de propriedades nas zonas sido mais metódica e extensa, de acordo com militares.
Soldados relataram à agência de notícias Associated Press que as tropas israelenses receberam ordens de destruir terras agrícolas, canos de irrigação, plantações e árvores, além de milhares estruturas residenciais e públicas.
O plano teria como suposta finalidade destruir os esconderijos do Hamas. Mas eles indicaram que as áreas de controle não tinha limites demarcados e que palestinos que entraram foram alvejados, transformando-a em uma “zona de matança”.
“Eu fui para lá porque eles (militantes do Hamas) nos matam e agora nós vamos matá-los. E eu descobri que não estamos apenas matando eles. Nós estamos matando eles, estamos matando suas esposas, seus filhos, seus gatos, seus cachorros, e nós destruímos suas casas”, afirmou um soldado à AP, acrescentando que os militares se guiam por um senso de vingança pelos ataques de 7 de outubro de 2023.
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