18 de abril de 2025

China convoca reunião do Conselho de Segurança da…

A China convocou nesta quarta-feira, 16, uma reunião informal no Conselho de Segurança das Nações Unidas para abordar a guerra comercial com os Estados Unidos, definida pelo gigante asiático como uma forma de “bullying”. O tarifaço, anunciado pelo presidente Donald Trump no início do mês, tenta “lançar uma sombra sobre os esforços globais pela paz e desenvolvimento”, segundo a carta enviada aos 193 países-membros da ONU. O encontro, segundo a agência de notícias Reuters, será marcado para 23 de abril.

“Todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, são vítimas de unilateralismo e práticas de bullying”, apontou o texto. “Ao usar tarifas como arma de extrema pressão, os EUA violaram gravemente as regras do comércio internacional e provocaram choques e turbulências severos na economia mundial e no sistema de comércio multilateral, lançando uma sombra sobre os esforços globais pela paz e desenvolvimento.”

Na semana passada, Pequim subiu para 145% as tarifas sobre produtos americanos, enquanto os Estados Unidos anunciaram taxas sobre importações chinesas que, somadas, também chegam a 145%. Em um novo documento, que gerou confusão ao não explicar como os cálculos foram feitos, a Casa Branca afirmou que produtos chineses podem ser alvos de impostos de 245% em determinados casos.

“A China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias. Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%”, disse o comunicado.

Em meio à queda de braço entre os países, a agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento da ONU anunciou nesta quarta-feira, 15, que o crescimento econômico global pode desacelerar para 2,3% como resultado da instabilidade comercial. 

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Xi pelo sudeste asiático

Em paralelo, o presidente chinês, Xi Jinping, realiza uma viagem por países do sudoeste asiático, com início na capital vietnamita, Hanói. No início da semana, Xi apelou para que a China e o Vietnã “se opusessem à intimidação unilateral e defendessem a estabilidade do sistema global de livre comércio”. A turnê também inclui Malásia e Camboja.

Xi já havia planejado viajar para a região antes do anúncio de tarifas de Trump, mas ganha um caráter simbólico e torna-se uma oportunidade em meio ao caótico tarifaço. A China tenta mostrar-se como um parceiro comercial estável e, com isso, pode ganhar terreno entre parceiros comerciais de Washington, insatisfeitos com a decisão do republicano. 

Em artigo no jornal do Partido Comunista do Vietnã, Nhandan, Xi escreveu que “não há vencedores em guerras comerciais e tarifárias” e que o protecionismo “não leva a lugar nenhum”. Na última sexta-feira 11, o Ministério das Relações Exteriores da China subiu o tom e disse que o país “jamais” se curvará aos EUA. A pasta também instou o governo americano a “parar com suas atitudes imprevisíveis e destrutivas” caso queira dialogar. Segundo a emissora americana CNN, Trump se recusou a iniciar as discussões e espera que Xi dê o primeiro passo.

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