A China ordenou que suas companhias aéreas não aceitem mais recebimento de jatos da Boeing em resposta à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 145% sobre os produtos chineses, publicou a Bloomberg News nesta terça-feira (15), citando fontes familiarizadas com o assunto.
As ações da Boeing – que vê a China como um de seus maiores mercados em crescimento e onde a rival Airbus detém uma posição dominante – caíram 3% antes da abertura dos mercados.
Pequim também ordenou que as companhias aéreas chinesas suspendam as compras de equipamentos e peças relacionadas a aeronaves de empresas norte-americanas, afirmou a Bloomberg.
A decisão da China de suspender as compras de componentes relacionados a aeronaves deve aumentar os custos de manutenção dos jatos que voam no país.
Guerra tarifária
Os EUA e a China estão envolvidos em uma guerra tarifária desencadeada pela tumultuada política comercial de Trump.
Na semana passada, a China retaliou os EUA e aumentou as sobretaxas de importação que incidem sobre produtos norte-americanos para 125%.
O governo chinês está estudando formas de prestar assistência às companhias aéreas que alugam jatos da Boeing e estão enfrentando custos mais altos, afirmou a Bloomberg.
A Boeing não comentou o assunto ao ser procurada pela Reuters.
Uma tarifa de 125% aumenta significativamente o custo dos jatos da Boeing destinados às companhias aéreas chinesas, tornando-os um fardo financeiro e, potencialmente, levando as companhias aéreas da China a considerarem alternativas como a Airbus e a fabricante nacional COMAC.
As três principais companhias aéreas da China – Air China, China Eastern Airlines e China Southern Airlines – planejam receber 45, 53 e 81 aviões da Boeing, respectivamente, entre 2025 e 2027.
A guerra tarifária criada por Trump corre o risco de paralisar o comércio de mercadorias entre as duas maiores economias do mundo, de acordo com analistas. Esse comércio foi avaliado em mais de US$650 bilhões em 2024.
Trump, que disse na sexta-feira (11) estar confortável com a taxação sobre os produtos chineses, também sugeriu que um acordo com Pequim pode estar no horizonte, mas nenhum entendimento foi alcançado ainda.
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