Um dos primeiros dispositivos espaciais da chamada Guerra Fria, entre EUA e União Soviética, o satélite Vanguard 1 continua orbitando a Terra. Lançado em 17 de março de 1958, ele foi usado para medir a forma do planeta e estudar a densidade da alta atmosfera, funções que cumpriu até encerrar suas transmissões em 1964.
Recentemente, uma equipe de pesquisadores e engenheiros da empresa de consultoria Booz Allen Hamilton, dos EUA, apresentou uma proposta para “aposentar” a pequena esfera de 16,5 cm de diâmetro e 1,47 kg de peso. O objetivo dessa arqueologia espacial é estudar como o equipamento do Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA se saiu ao longo dos anos.
Chamando o Vanguard 1 de “um dos objetos mais preciosos existentes desde o início da Era Espacial”, a proposta da empresa do estado da Virgínia, publicada em janeiro deste ano no Centro de Pesquisa Aeroespacial, “explora as opções para missões e cargas úteis usando tecnologia que possa inspecionar com segurança e, se desejável, recuperar o satélite para estudo e exibição”.
A história do satélite Vanguard 1

Quando a União Soviética colocou em órbita o primeiro satélite, Sputnik 1, em 4 de outubro de 1957, provocou um “deus nos acuda” nos laboratórios de pesquisas norte-americanos. Para piorar a situação, um protótipo do Vanguard, chamado TV3 (Test Vehicle 3), lançado às pressas dois meses depois, subiu apenas 1,2 metro e explodiu em uma bola de fogo, virando motivo de piada internacional.
Por isso, o exército americano se apressou em mandar para a órbita terrestre o Explorer 1 no dia 31 de janeiro de 1958, seguido pelo Vanguard 1 cerca de um mês e meio depois, lançado pela marinha. O primeiro satélite funcionou por apenas quatro meses e se desintegrou ao reentrar na atmosfera da Terra em março de 1970, mas o segundo permanece até hoje em uma órbita elíptica com perigeu (ponto mais próximo à Terra) a 660 km e apogeu a 3,9 mil km.
Foi essa órbita elíptica que permitiu a sobrevivência do objeto orbital nos últimos 67 anos. Mesmo em silêncio, o equipamento continua sendo rastreado por radares terrestres. Pioneiro no uso de células solares no espaço, o Vanguard 1 chega a atingir velocidades de ate 27 mil km/h quando está no perigeu, e 16,2 mil km/h no apogeu. Isso significa que seu tempo de órbita é de 2h14min, só 42 minutos mais longo do que a Estação Espacial Internacional (ISS).
Como os cientistas pretendem recuperar o Vanguard 1?

Inspirados em uma operação da NASA de 1984, que recuperou os satélites de comunicação Westar 6 e Palapa B2, e os trouxe à Terra a bordo do compartimento de carga do ônibus espacial, os cientistas e engenheiros da Booz Allen propõem colocar o Vanguard 1 em uma órbita mais baixa para facilitar sua captura, utilizando a ISS como ponto de apoio.
Mas, como a idade avançada do satélite demanda cuidados extremos em seu manuseio, a equipe sugere, que, antes da captura, seja enviada uma espaçonave para inspecioná-lo de perto. Isso poderia ser feito, segundo os autores, em parcerias com entusiastas do espaço, como a SpaceX, para viabilizar a missão.
Segundo o artigo, as técnicas demonstradas em uma possível recuperação do Vanguard 1 poderiam servir de base para “Missões futuras (remoção de detritos espaciais, captura de materiais para fabricação em órbita e até mesmo exploração do espaço profundo)”. Assim, “Recuperar o Vanguard 1 seria um desafio, mas um passo viável e inestimável para toda a comunidade espacial dos EUA”, concluem.
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