A Casa Branca está preparando uma nova ordem executiva: permitir o estoque governamental de terras raras e metais extraídos do fundo do mar, apurou o Financial Times.
Não é só um documento no papel. A ordem aceleraria a emissão de licenças para projetos de mineração em águas profundas, com o objetivo de tornar os EUA menos dependentes das exportações chinesas desses minerais (o país de Xi Jinping é responsável por 90% da produção de terras raras, por exemplo).
O alvo da medida são os “nódulos polimetálicos” – pepitas do tamanho de uma batata formadas por milhões de anos de pressão aquática. Os nódulos contêm cobalto, níquel, manganês e óxidos de terras raras.
Terras raras são 17 elementos com propriedades químicas semelhantes. Elas e os metais que citamos aqui são fundamentais para baterias; ou seja, sem esses minerais não haveria celulares, carros elétricos, painéis solares, turbinas eólicas, lasers…
Na prática, as empresas que exploram e coletam nódulos poderiam solicitar permissões americanas em vez de depender das regras da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos da ONU — um processo lento e sujeito a debates ambientais.
Mais importante: “permitir o estoque governamental” significa que o Estado firmaria acordos de compra com mineradoras a preços pré-acordados – como já faz com petróleo. Isso oferece segurança financeira para que companhias invistam pesado em operações submarinas – no leito do Pacífico, rico em nódulos –, e em instalações de processamento em solo americano.
Desenvolver tudo isso sai terrivelmente mais caro do que importar da China. Mas claro: dependendo de como a guerra tarifária escalar, essa pode deixar de ser uma opção para as empresas americanas.
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