17 de abril de 2025

Em meio às tarifas de Trump, republicanos da Câmar…

Os republicanos da Câmara dos Estados Unidos estão divididos sobre o projeto orçamentário aprovado pelo Senado, com uma ala do partido alegando que os cortes de gastos da proposta são insuficientes, informou a agência de notícias Reuters nesta segunda-feira, 7. A fragmentação ocorre enquanto os republicanos planejam avançar com o plano do presidente Donald Trump de enxugar os impostos no país.

A votação no Senado teve palco no sábado, 5, e terminou com placar de 51-48. No geral, é necessário que uma legislação receba ao menos 60 votos para ser aprovada. No entanto, o Congresso dos EUA adotou um processo orçamentário especial, chamado de “reconciliação”, que permitirá ignorar o limite normal. Espera-se que os deputados votem o processo orçamentário ainda esta semana, com correção de mudanças do Senado e de uma versão da Câmara aprovada em fevereiro.

O think tank apartidário Committee for a Responsible Federal Budget apontou que a opção do Senado previa apenas 0,2% do que a resolução da Câmara exigia em cortes de orçamento. O relatório também apontou que o plano do Senado permite o dobro de empréstimos em comparação à versão da Câmara e aumenta o teto da dívida do país em US$ 5 trilhões (mais de R$ 29 trilhões na cotação atual).

Em carta, o presidente da Câmara, Mike Johnson, pressionou pela aprovação da medida na Câmara, afirmando que “o projeto de reconciliação final deve incluir reduções históricas de gastos e, ao mesmo tempo, proteger programas essenciais”.

O cenário torna-se ainda mais complicado frente ao tarifaço de Trump a importações de uma série de países, anunciado na última quarta-feira. Na semana passada, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, aumentou os alertas sobre as potenciais consequências sobre as novas taxas. Ele afirmou que os impostos “serão significativamente maiores do que o esperado”, o que pode levar a uma “inflação mais alta e crescimento mais lento”.

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Críticas ao Senado

Os republicanos linha-dura pressionam por cerca de US$ 2 trilhões em cortes de gastos. No entanto, democratas da Câmara e os defensores da saúde pública e do combate à pobreza alegam que, para atingir a meta, será preciso cortar austeramente o programa Medicaid, um programa de saúde que atende americanos de baixa renda e pessoas com deficiência.

O principal republicano no Comitê de Orçamento da Câmara, o deputado Jodey Arrington, definiu a abordagem do Senado como “pouco séria e decepcionante”. O coro foi reforçado pelo deputado Andy Harris, líder do grupo linha-dura Freedom Caucus, que disse não estar “não convencido” sobre o comprometimento da câmara alta do governo americano.

“Não posso apoiar a aprovação pela Câmara das mudanças do Senado na nossa resolução orçamentária até ver os planos reais de gastos e redução do déficit para implementar a agenda América em Primeiro Lugar do presidente Trump”, escreveu Harris nas redes sociais.

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