O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prorrogou nesta sexta-feira, 4, em 75 dias o prazo para que o TikTok, da chinesa ByteDance, venda seus ativos americanos para uma empresa do país. No anúncio, o republicano disse que estava em contato com quatro grupos diferentes para um possível acordo e adiantou que não quer que a rede social de vídeos curtos “desapareça”. Trata-se da segunda vez que o prazo é estendido, uma vez que lei previa para janeiro a proibição do aplicativo nos EUA, caso não fosse vendido.
“O acordo requer mais trabalho para garantir que todas as aprovações necessárias sejam assinadas”, disse Trump. “Esperamos continuar trabalhando de boa fé com a China, que, pelo que entendo, não está muito feliz com nossas tarifas recíprocas.”
A China está no centro das tarifas impostas pelos EUA. Na quarta-feira, 2, Trump anunciou que o país será alvo de novos impostos de 34%, além dos 20% divulgados no início do ano, quando o republicano retornou à Casa Branca. Em campanha, ele havia prometido que o gigante asiático seria taxado em 60%. O tarifaço entrará em vigor em 9 de abril, mas exportadores chineses enfrentarão uma tarifa básica de 10 a partir de sábado.
Segundo a agência de notícias Reuters, as negociações da Casa Branca sobre o futuro do TikTok buscam que os maiores investidores não chineses da ByteDance aumentem suas participações e adquiram as operações do aplicativo nos país. A proposta incluiria a criação de uma entidade americana para o TikTok e a diluição da propriedade chinesa para abaixo do limite de 20% estabelecido pela legislação dos EUA.
Ao mesmo tempo, o governo americano analisou na quarta-feira uma proposta de um consórcio entre Oracle, Blackstone e a empresa de capital de risco Andreessen Horowitz para a compra do aplicativo. A empreitada é liderada pelo vice-presidente J.D. Vance. O dono da Oracle, Larry Ellison, é o quarto homem mais rico do mundo e um aliado de longa data de Trump.
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Tentativas frustradas
O plano de restringir o TikTok teve início em 2020, ainda no primeiro mandato de Trump. No entanto, tentativas de proibir o uso da plataforma foram bloqueadas por tribunais. Críticos do aplicativo argumentam que Pequim estaria forçando a ByteDance a compartilhar dados sobre seus usuários americanos e espalhar desinformação. Em março de 2023, o chefe da empresa chinesa, Shou Zi Chew, compareceu a um comitê legislativo dos Estados Unidos e foi interrogado por cinco horas.
Após o insucesso do republicano o ex-presidente Joe Biden ampliou o cerco e sancionou, em abril do ano passado, a lei que pode banir o TikTok do país. O texto estabelecia que caso a ByteDance se recusasse a vendê-lo, a plataforma enfrentaria uma proibição total das lojas de aplicativos americanas. Ou seja, se a lei federal entrar em vigor, a App Store da Apple e a Play Store do Google serão obrigadas a parar de oferecer o TikTok para download, ou enfrentarão penalidades financeiras.
A rede social negou compartilhar os dados pessoais com o governo chinês e insistiu em que recusaria qualquer pedido do tipo, se solicitado. A tentativa de proibição foi recebida negativamente por grande parte dos americanos, que já realizaram diversos protestos.
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