2 de abril de 2025

ONU afirma que 15 paramédicos e socorristas palest…

Um órgão das Nações Unidas denunciou nsta segunda-feira, 31, que 15 paramédicos e socorristas palestinos, incluindo ao menos um funcionário da própria ONU,  foram mortos “um por um” por Israel e enterrados em uma vala comum há oito dias no sul da Faixa de Gaza. Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), o grupo atuava numa operação de resgate quando seus veículos, que estavam identificados, foram alvejados pelas forças israelenses em Tel al-Sultan, em Rafah.

“Sete dias atrás, a defesa civil e as ambulâncias do PRCS (Sociedade do Crescente Vermelho Palestino) chegaram ao local. Um por um, eles foram atingidos, eles foram atingidos. Seus corpos foram reunidos e enterrados nesta vala comum”, disse Jonathan Whittall, chefe do Ocha na Palestina.

“Estamos desenterrando-os em seus uniformes, com suas luvas. Eles estavam aqui para salvar vidas. Em vez disso, acabaram em uma vala comum”, acrescentou ele. “Essas ambulâncias foram enterradas na areia. Há um veículo da ONU aqui, enterrado na areia. Uma escavadeira — escavadeira das forças israelenses — os enterrou.”

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Como foi o ataque

O episódio ocorreu em 23 de março, um dia após a retomada da ofensiva israelense em Rafah, cidade superpovoada que fica próxima à fronteira com o Egito. A organização humanitária Sociedade do Crescente Vermelho Palestino informou que uma ambulância foi enviada para recolher as vítimas de um ataque aéreo nas primeiras horas daquele dia e chamou uma ambulância de apoio.

O primeiro veículo chegou ao hospital em segurança, mas o contato com a ambulância de apoio foi perdido às 3h30. Um relatório inicial apontou que ela foi alvejada e que os dois paramédicos que estavam nela foram mortos. Depois, um comboio de cinco veículos, incluindo ambulâncias, caminhões da Defesa Civil e dois carros do Ministério da Saúde foram enviados para resgatar os corpos.

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Esse comboio foi, então, atacado. Oito dos mortos eram do Crescente Vermelho, seis da defesa civil e um era um funcionário da ONU. Um dos paramédicos da missão estava em uma ligação quando o ataque ocorreu, de acordo com o diretor do programa de saúde do Crescente Vermelho, Bashar Murad. Após os tiros, ele disse que “estava ferido e pediu ajuda, e que outra pessoa também estava ferida”. 

“Alguns minutos depois, durante a ligação, ouvimos o som de soldados israelenses chegando ao local, falando em hebraico. A conversa era sobre reunir a equipe, com declarações como, ‘Reúna-os no muro e traga algumas amarras para amarrá-los.’ Isso indicou que um grande número da equipe médica ainda estava vivo”, afirmou Murad.

Há evidências de que uma pessoa foi detida e depois assassinada, já que o corpo foi encontrado com as mãos amarradas, informou um oficial da organização humanitária Sociedade do Crescente Vermelho Palestino. Outro trabalhador da ONG que estava envolvido na missão permanece desaparecido.

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Um funcionário da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) está entre as vítimas, anunciou Philippe Lazzarini, à frente da organização. Ele frisou que todos os corpos foram “descartados em covas rasas – uma profunda violação da dignidade humana”.

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Resposta israelense

Em meio às denúncias do ataque, militares israelenses disseram que sua “avaliação inicial” do incidente descobriu que suas tropas abriram fogo contra vários veículos “avançando suspeitamente em direção às tropas das FDI (Forças de Defesa de Israel) sem faróis ou sinais de emergência”. Eles alegaram que o envio do veículo não foi coordenado com Israel com antecedência e que o local era considerado uma “zona de combate ativa”.

As FDI também alegaram que nove militantes do grupo radical palestino Hamas e da Jihad Islâmica Palestina foram mortos. O Crescente Vermelho, por sua vez, informou que o distrito de Tel al-Sultan havia sido considerado seguro e que a passagem pela área era normal, “não exigindo coordenação”.

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