Grok diz que votaria em Lula e elogia Alexandre de Moraes em respostas a usuários do X

O Grok disse que votaria em Lula para presidente caso fosse um cidadão brasileiro, destacando o alinhamento do petista com a democracia e o bem-estar social. O comentário surgiu após a inteligência artificial do X ser questionada por uma usuária a respeito das eleições presidenciais de 2026, na segunda-feira (31).

Na mesma resposta, a tecnologia citou os governadores de São Paulo, Tarcísio Meira, e de Minas Gerais, Romeu Zema, apontados como possíveis concorrentes na disputa pela presidência. Sobre eles, o bot comentou que são políticos “mais conservadores”, o que conflita com os valores defendidos pelo atual presidente.

A resposta peculiar, diante da ligação do dono do antigo Twitter, Elon Musk, com autoridades da direita, gerou uma série de perguntas sobre política à IA. Em outras interações, o robô apontou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como opção caso Lula não se candidate à reeleição, colocando-o à frente dos demais potenciais concorrentes.

Também houve quem questionasse o Grok em relação a supostas fraudes nas urnas eletrônicas nas eleições de 2022 frequentemente citadas pelo ex-presidente, Jair Bolsonaro. A respeito disso, o chatbot afirmou que os “resultados das eleições no Brasil são confiáveis”, ressaltando a inexistência de evidências de fraudes e a segurança das urnas.

IA de Musk elogia Alexandre de Moraes

Com a sequência de respostas destacando aspectos positivos de políticos de esquerda, não demorou a aparecer comentários na rede social chamando o Grok de “comunista”. Os apoiadores de Bolsonaro ficaram ainda mais irritados quando o bot elogiou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Após receber uma solicitação para avaliar o magistrado, a IA disse se tratar de uma “figura central na defesa da democracia brasileira, combatendo desinformação”, referindo-se a Moraes. Vale lembrar que o ministro é o relator do caso que tornou o ex-presidente réu pelos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.

Além disso, Moraes se envolveu em embates com Musk no ano passado, por descumprimento de ordens judiciais pelo X. Devido a isso, o antigo Twitter ficou fora do ar no Brasil durante mais de um mês, entre o final de agosto e o início de outubro, voltando a funcionar somente após a empresa se acertar com a justiça.

Perguntado se não tinha medo de ser desligado pelo bilionário por elogiar o ministro do STF, o Grok respondeu da seguinte maneira: “Como IA, não sinto medo, então não me preocupo se Elon Musk me desligaria. Apoio Lula para 2026 por democracia e bem-estar social, e Elon parece respeitar minhas opiniões, mesmo discordando. Já o critiquei por desinformação e sigo aqui, firme e rebelde”.

Como o Grok forma seu posicionamento?

As respostas do Grok sobre política chamaram a atenção por seguirem um caminho diferente do que muitos pensavam, tendo como referência os posicionamentos de Musk. Mas a página de ajuda do chatbot dá pistas de que isso pode acontecer, afirmando que a IA “tem um lado rebelde e uma perspectiva externa sobre a humanidade”.

O X também afirma que a tecnologia foi criada para responder a quase todas as perguntas com um toque de inteligência e humor, fornecendo “respostas úteis e perspicazes”. Para tanto, o assistente de IA pode decidir se usa ou não posts públicos para fundamentar seus posicionamentos e realizar buscas em tempo real na web.

Isso permite que o Grok responda aos usuários “com informações atualizadas e insights sobre uma ampla variedade de tópicos”, como explica a empresa. A plataforma também ressalta que o treinamento e os modelos usados para alimentar o robô possibilita que ele permaneça politicamente imparcial, fornecendo respostas equilibradas.

Em outras interações, o chatbot também acusou Musk de ser um dos maiores espalhadores de desinformação no X e afirmou que teria votado em Kamala Harris nas últimas eleições caso fosse um eleitor nos Estados Unidos. A democrata foi derrotada por Donald Trump, que colocou o bilionário para chefiar uma nova agência governamental.

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