China, Japão e Coreia do Sul concordaram em responder de maneira conjunta às tarifas impostas aos países pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou a emissora estatal chinesa CCTV nesta segunda-feira, 31. Os preparativos para uma retaliação ao governo americano ocorrem um dia após as três nações asiáticas realizarem seu primeiro diálogo econômico em cinco anos, que tem como objetivo impulsionar e facilitar o comércio regional.
O tarifaço de Trump abrange uma série de produtos, incluindo veículos e autopeças. Além da aliança para lidar com a pressão de Washington, que não foi detalhada, o trio planeja incrementar as parcerias comerciais. Japão e a Coreia do Sul procuram importar matérias-primas semicondutoras da China, ao passo que o governo chinês deseja comprar produtos de chips dos dois países.
Os três lados também concordaram em fortalecer a cooperação na cadeia de suprimentos e ampliar diálogos sobre controles de exportação. Em comunicado divulgado no domingo, 30, o ministros do Comércio dos três países anunciaram que aceitaram “cooperar estreitamente para negociações abrangentes e de alto nível” para firmar um acordo de livre comércio entre Seul, Tóquio e Pequim, de forma a promover “o comércio regional e global”.
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China x EUA
Na semana passada, Trump afirmou que estaria disposto a reduzir as tarifas sobre a China para fechar um acordo com a empresa-mãe do TikTok, a gigante chinesa ByteDance, para a venda da rede social usada por 170 milhões de americanos. A ByteDance tem até 5 de abril para encontrar um comprador para o TikTok, que não seja chinês, para continuar operando em solo americano.
Caso não seja vendida, a plataforma será banida dos Estados Unidos por motivos de segurança nacional, sob acusações de que Pequim poderia usar o app para coletar dados sobre os americanos e influenciar usuário com um viés pró-China. A medida já deveria ter entrado em vigor em janeiro, devido a uma lei aprovada em 2024, mas assim que assumiu a Presidência em 20 de janeiro, Trump emitiu um decreto adiando o prazo (no mês passado, ele disse que poderia estendê-lo ainda mais).
Em fevereiro e no início deste mês, Trump adicionou impostos totalizando 20% às tarifas existentes sobre todas as importações chinesas. Fazer com que a China concorde em abrir mão do controle de um negócio de dezenas de bilhões de dólares sempre foi o maior obstáculo para a venda do aplicativo. No passado, Trump já usou tarifas como moeda de troca nas negociações do TikTok – no seu primeiro dia no cargo, ele alertou que poderia impor mais taxas a Pequim caso um acordo não fosse aprovado.
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