1 de abril de 2025

Oppo Find X8 Pro é bom? Confira o que achamos do celular 

No meu review do Galaxy S25+ aqui no TecMundo alguns poderiam dizer que eu fui um pouco exigente demais com o irmão do meio da família top de linha da Samsung para 2025. 

Eu não concordo, afinal eu tenho como crença pessoal que quanto maior o preço de uma coisa, mais temos que exigir dela. Esse foi o principal motivo para eu ter sido tão duro nas minhas críticas ao celular da fabricante sul-coreana. 

Só que não foi o único motivo. Uma segunda razão foi esse aqui: o Find X8 Pro, o celular top de linha lançado lá na gringa pela Oppo em outubro do ano passado, e que eu estou testando como se fosse meu desde o meio de dezembro, tirando as duas semanas que eu fiquei com o S25+. 

Esse celular da Oppo é difícil de avaliar e fazer aqui um review mais tradicional, em que no final eu te digo se acho que vale a pena comprar ou não. Primeiro porque no Brasil simplesmente não dá para comprar oficialmente, já que a Oppo não lançou ele aqui e diz que nem planeja lançar. Eles me mandaram esse aqui, que é uma unidade global que nem foi homologada pela Anatel, só porque eu falei que tinha interesse em testar.  

A segunda dificuldade é um desdobramento da primeira, porque o que eu recebi não é exatamente o aparelho completo: ele veio para mim sem caixa, enrolado em plástico bolha; sem o carregador de 80W que normalmente viria junto; sem a película protetora que supostamente vem já na tela; e alguns recursos — como a transcrição de gravações e a tradução de conversas — ou não funcionam em português, ou claramente foram pensados para alguém de Portugal.

Ou seja, é uma situação muito longe do ideal para fazer uma análise, já que muita coisa eu nem vou conseguir avaliar como deveria, e mesmo o resto delas não vão poder levar a uma indicação clara de se vale ou não comprar. Só que mesmo assim eu achei que valia a pena fazer esse vídeo aqui porque, na minha opinião, o Oppo Find X8 Pro é um aparelho muito mais alinhado com o que eu esperava de um top de linha recente, mesmo tendo sido lançado ano passado. Ele não é perfeito, e eu vou falar dos defeitos aqui também, mas vale acompanhar para saber o que você deveria esperar de um top de linha de 2025.

Design e biometria

No design, o Find X8 Pro segue o caminho de muitas chinesas com uma grande disco elevado de metal para as câmeras na traseira de vidro, laterais de alumínio levemente arredondadas de todos os lados e vidro frontal com cantos curvados. Em geral, vidro curvado assim tende a ser um ponto fraco para a resistência de aparelhos, e eu já vi casos em outros modelos e marcas de celular em que a tela curva estilhaçou mesmo com quedas pequenas.  

Só que nesse aqui a proteção do Gorilla Glass 7i nos vidros dos dois lados parece fazer um bom trabalho, porque ao longo desses mais de dois meses que ele está comigo, eu o derrubei várias vezes. Algumas dessas quedas foram bem feias, como por exemplo quando o meu filho no meu colo chutou o celular com força para fora de uma bancada comais de um 1,20m de altura, o que eu admito que aconteceu mais de uma vez.

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O Oppo Find X8 Pro é bem resistente, e vi isso na prática. (Fonte: Leonardo Rocha/TecMundo)

Rolaram também outras quedas feias, algumas com o aparelho caindo direto com a tela para baixo, outras com ele batendo com as quinas e laterais primeiro. E mesmo assim, sem grandes danos, só um risquinho mais pronunciado na tela e alguns amassados discretos nas laterais que você só nota olhando de perto. Quer dizer que eu acho que pode usar esse aqui sem case e película e ficar tranquilo? Não, eu nunca vou recomendar isso, mas eu fiquei sim impressionado com a resistência. 

Já que estou falando de resistência, é importante mencionar que o Find X8 Pro tem certificações IP68 e IP69, o que quer dizer que ele foi feito para resistir não só a poeira e a submersão em água, mas também a jatos-d’água com alta pressão em vários ângulos e até a vapor em alta temperatura. Ou seja, você poderia até colocar ele para limpar dentro de uma máquina lava-louças e ele teoricamente seguiria como se nada tivesse acontecido, o que não quer dizer que você deve fazer isso, especialmente se derrubou o aparelho tantas vezes quanto eu. 

Aliás, vale dizer também que, mesmo com uma textura suave na traseira, esse aqui continua sendo um aparelho bastante liso, o que se combina com o tamanho grande e corpo pesadinho dele para facilitar acidentes. Então por mais que os cantos arredondados e o acabamento texturizado dele tornem o Find X8 Pro gostoso de segurar e bonito de olhar, especialmente nessa cor branca com efeitos reflexivos, melhor usar uma capinha para proteger e ajudar com essa aderência.  

  • Dimensões (A x L x E): 16,23 x 7,67 x 0,82 cm (mais espesso nas câmeras);
  • Peso: 215 gramas.

Outros pontos do design que vale mencionar são a chavinha do lado esquerdo, que serve para alternar entre o modo de toque, o de vibração e o silencioso, mas que eu achei um pouco fácil demais de mexer sem querer enquanto você tira o celular do bolso.

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O Oppo Find X8 Pro tem um botão dedicado para capturas, mas ele é tão estranho quanto a solução da Apple. (Fonte: Leonardo Rocha/TecMundo)

Além disso, do outro lado, mas mais para baixo, a Oppo fez algo muito parecido com o Camera Control dos iPhones 16. O nome que eles deram é Quick Button (ou “botão rápido”, em português), que não é bem um botão físico, mas sim uma tecla sensível a pressão que serve para abrir a câmera quanto você aperta forte duas vezes seguidas, e quando o app está aberto funciona como um obturador para tirar uma foto ao ser pressionado ou uma sequência delas ao ser segurado. 

Só que eu não achei nenhuma dessas funções realmente úteis. Primeiro porque, assim como no caso da Apple, tudo o que você faz com esse botão, você também já consegue fazer praticamente com a mesma velocidade com os atalhos e botões na tela do celular. E segundo porque a posição do botão está um pouco para o meio demais no corpo do aparelho, aí não tem uma posição natural para usar esse botão na hora de tirar uma foto. Ou você segura assim de frente, e aí sua própria mão atrapalha a visão do enquadramento, ou então segura assim de lado com o dedo esticado, o que não é nada confortável. 

Tela e som

Indo para a tela, aqui temos um painel AMOLED de 6,78 polegadas com uma resolução ligeiramente acima do Full HD, taxa de atualização variável entre 1 e 120 Hz e pico de brilho de 4.500 nits para conteúdo HDR em determinadas situações e pontos, mas que se formos considerar a tela como um todo na verdade tem brilho máximo de 1.600 nits. É uma tela grande e de ótima qualidade, com excelente contraste, cores vivas, movimentos fluídos e brilho bom o suficiente para conseguir até jogar games escuros mesmo sob a luz do sol. Nada a reclamar. 

  • Tela: AMOLED LTPO 2.0 de 6,78” com resolução 2780×1264 pixels, densidade de 450 ppp, HDR10+, taxa de atualização de até 120 Hz e pico de brilho de 4.500 nits (1.600 nits HBM).

O áudio é estéreo, saindo parte pelo alto falante frontal na fenda quase invisível acima da tela, e parte na saída voltada para baixo do aparelho. O som também é ótimo, o volume máximo é forte e a qualidade se mantém mesmo no máximo. Ou seja, combinando com a tela, é um ótimo aparelho para assistir vídeos e jogar.

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O Oppo Find X8 entrega uma boa experiência multimídia. (Fonte: Gustavo Katsumi/TecMundo)

Hardware

Aqui dentro, o processador é o Dimensity 9400, o concorrente da MediaTek para o Snapdragon 8 Elite da Qualcomm. E não se deixe enganar pelos números de clock aparentemente muito mais baixos, porque o desempenho da CPU é 10% inferior ao do rival, enquanto o da GPU chega a ser até 47% superior, isso em testes artificiais de benchmark.

No uso na prática tanto no dia a dia quanto em games, o que eu senti é que eles estão ambos no mesmo nível excelente. E nas memórias, o Find X8 Pro tem opções com 12 GB de RAM e 256 ou 512 GB de armazenamento, ou com 16 GB de RAM e 512 GB ou 1 TB de espaço interno.

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O Oppo Find X8 Pro entrega desempenho suficiente para encarar os jogos e os apps mais exigentes. (Fonte: Leonardo Rocha/TecMundo)

Ficha técnica

  • CPU: octa-core Mediatek Dimensity 9400 (1x 3,63 GHz + 3x 3,3 GHz + 4x 2,4 GHz);
  • GPU: Immortalis-G925;
  • RAM: 12 ou 16 GB; 
  • Armazenamento: 256 GB, 512 GB ou 1 TB USF 4.0;
  • Conectividade: WiFi 7 tri-band, 5G, Bluetooth 5.4 e NFC. 

A variante que eu testei era uma com 16 GB de RAM, e o desempenho foi muito ágil e completamente sem falhas em tudo o que eu fiz. Além disso, o sistema de resfriamento com câmara de vapor e placa de grafite também foram bem aqui, porque o desempenho se manteve e o aquecimento foi bem leve mesmo depois de sessões longas de Diablo Immortal com todos os gráficos no máximo, ray-tracing ativado e tudo mais que tinha direito. Quem viu meu review do S25+ sabe que eu não posso dizer o mesmo sobre a temperatura dele. 

Fora isso, do hardware vale ressaltar que todos o Find X8 Pro vem com suporte a conectividade 5G, WiFi 7 e Bluetooth 5.4. 

Câmeras

Indo agora para as câmeras, temos aqui um conjunto feito em parceria com a Hasselblad. Na traseira, são quatro câmeras, cada uma com seu próprio sensor de 50 MP. A principal vem com uma grande abertura de 1.6, a ultrawide tem ângulo de 120º e abertura de 2.0, a primeira teleobjetiva periscópica tem abertura de 2.6 e zoom ótico de 3x e a segunda teleobjetiva periscópica tem abertura de 4.3 e zoom ótico de 6x. 

Tirando a ultrawide, todas têm estabilização ótica também. E na frente temos uma câmera de 32 MP com abertura de 2.4. 

  • Traseiras: principal de 50 MP com f/1.6, OIS e PDAF multidirecional;
  • Ultrawide 120º de 50 MP com f/2.0;
  • Teleobjetiva periscópica de 50 MP com f/2.6, OIS, PDAF e zoom ótico de 3x;
  • Teleobjetiva periscópica de 50 MP com f/4.3, OIS, PDAF e zoom ótico de 6x + HDR, AF laser e flash LED; 
  • Frontal: 32 MP com f/2.4.

No hardware das câmeras, temos mais um repeteco aqui: na traseira o trio câmera principal de 50 MP com abertura de 1.8 e estabilização ótica; teleobjetiva com sensor de 10 MP; abertura de 2.4, estabilização ótica e zoom ótico de 3 vezes; e ultrawide de 12 MP com abertura de 2.2 e ângulo de 120 graus. E na frontal um sensor de 12 MP e lente com abertura de 2.2. Duas gerações seguidas sem upgrade significativo nesse kit. O ditado diz que em time que está ganhando não se mexe, mas nesse caso eu aposto que quem fica feliz mesmo é a concorrência. 

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O Oppo Find X8 Pro oferece um conjunto de câmeras satisfatório. (Fonte: Leonardo Rocha/TecMundo)

Com esse conjunto, as fotos diurnas em geral saem excelentes, tanto na principal quanto na ultrawide e nas teleobjetivas. O resultado ficou muito bom e nítido mesmo ao fotografar coisas se movendo rápido, como uma moto passando por mim do outro lado da avenida. 

O único problema que notei durante o dia foi em situações em que o sol forte estava batendo na direção da lenta, mas ainda fora do ângulo de visão dela, o que gerava algumas distorções pelo clarão nos cantos e acabava lavando um pouco as cores das fotos como um todo, mas mesmo nesses casos as imagens eram bem OK. As selfies diurnas ficaram excelentes, e o modo retrato com desfoque ajustável também. 

Se aproximar de um objeto com a câmera principal aberta faz aparecer no canto um botão de macro, que se ativado permite que você chegue bem pertinho para fazer a foto. É um uso mais de nicho, mas eu achei o resultado muito bom também. Outro aspecto interessante foi o resultado dos diferentes níveis de zoom usando a combinação das duas câmeras teleobjetivas telescópicas e zoom digital. Quem tem olho atento para detalhes pode notar diferenças de qualidade nas fotos no 2x, que usam zoom digital, e nas de 3x ou 6x, que usam o zoom ótico das lentes, mas para mim o resultado ficou ótimo mesmo assim.

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As câmeras de zoom óptico capturam boas fotos. (Fonte: Leonardo Rocha/TecMundo)

Acima dos 6x, sem sair do lugar eu ainda consegui resultados muito bons como esses que vocês estão vendo agora nos 10x, 20x e 60x. Acima disso, já dá para ir percebendo cada vez mais ruído até chegar no máximo de 120x, mas ainda assim a qualidade final me incomodou menos do que achei que incomodaria, considerando o nível de aproximação. O esforço da IA nos pós processamento desses níveis de zoom para melhorar as imagens fica mais visível se você estiver tentando fotografar coisas como letras de longe, mas não dá para negar que essa câmera pode sim te ajudar em um show ou para ler uma placa distante. 

De noite, a definição, cores e nível de ruídos também foram ótimos em todas as lentes, mas achei que no geral as imagens tendem a parecer bem mais claras do que eram na vida real. Para compartilhar as imagens está ótimo, mas quem busca realismo máximo nas imagens vai precisar saber brincas com as configurações Pro do modo Mestre. Já para quem quer um pouco mais de facilidade em situações de iluminação complicada, pode clicar nos modos de câmera que tenham essa setinha laranja do lado para escolher entre algumas configurações específicas para fazer fotos e vídeos melhores de palcos de show, silhuetas no por do sol ou fogos de artifício, por exemplo.  

E as selfies noturnas até saem ok sem o ambiente não estiver totalmente escuro, mas se o breu for maior elas se tornam só passáveis, seja assumindo o escuro ou usando a tela como flash. Dá para usar ainda, mas não dá para dizer que são boas fotos.

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A câmera de selfies também entrega bons resultados. (Fonte: Leonardo Rocha/TecMundo)

Nos vídeos, a resolução máxima é 4K a 60 quadros por segundo e a estabilização ótica já é muito boa por si, mas você pode ativar o modo ultraestável na filmagem traseira sem perder resolução ou fps. A qualidade também é excelente, mas o problema do clarão do sol forte fora do ângulo de visão também é perceptível aqui. E os vídeos selfie também são igualmente bons em tudo, mas o ultraestável nesse caso limita você ao Full HD a 30 fps.

Especificações de vídeos:

  • Traseira: 4k@60fps no modo Ultraestável;
  • Frontal: 4K@60fps ou 1080p@30fps no modo Ultraestável;

Na edição pelo app de galeria a gente encontra os mesmos recursos de IA da maioria dos smartphones recentes. O apagador de objetos faz um bom trabalho em geral, por mais que não acerte sempre. 

A função que deixa nítidas suas imagens borradas conseguiu salvar uma fotinho linda que tirei com meu filho e cachorro, mas reparando bem você nota que ficou com o toque artificial. E o recurso que tira reflexos da imagem… bom, esse não funcionou para mim. Melhor nem perder tempo tentando usar esse. 

Interface

Já que falamos de IA nas câmeras, vamos para o software como um todo. O Find X8 Pro vem de fábrica com a ColorOS 15, que é a versão da Oppo para o Android 15. E tendo usado aparelhos recentes de ambas as marcas irmãs, falo com convicção de que a diferença entre a ColorOS da Oppo e a RealmeUI é basicamente só o nome mesmo, tirando recursos de IA específicos de um modelo ou outro. A impressão é que eles nem tentam disfarçar de verdade. 

  • Sistema operacional: ColorOS 15 (Android 15).

Independente disso, o sistema em si é o software já familiar da Google, com todas as opções de customização do Android 15, com promessa de 5 anos de atualizações do software e 6 anos de updates de segurança. Ainda está atrás dos 7 anos para ambos prometidos pela Samsung e Google nos seus respectivos celulares de ponta, mas eu diria que são bons números.

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De fábrica, o Oppo Find X8 Pro roda o Android 15. (Fonte: Leonardo Rocha/TecMundo)

E o sistema também vem com as mesmas integrações que os Samsung com os recursos da Gigante das Buscas. Tem o Circule para pesquisar, tem o Gemini ao segurar o botão de energia e podendo interagir por voz, entender imagens tanto da sua tela quanto de fotos que você tirar na hora, e até conversar em tempo real com você sobre tudo isso.  

Ele pode até executar tarefas como abrir apps específicos, mandar mensagens para seus contatos e adicionar coisas na sua agenda, as vezes até tudo isso com um comando só, mas frequentemente se atrapalhando e não fazendo nada disso direito. É exatamente como eu descrevi no review do S25+: o potencial é grande, mas ainda precisa evoluir bastante para realmente revolucionar a forma como usamos nossos smartphones. Pelo menos a Oppo não está usando isso como um grande ponto do marketing do aparelho. 

De todos os recursos de IA que a Oppo colocou aqui envolvendo texto, o único que funcionou direitinho em português para mim foi a tradução de tela, que está funcionando em vários idiomas. Já a tradução de voz até inclui o português como o idioma de um dos falantes, mas estranhamente só permite a tradução para falar com alguém em inglês ou chinês. Se eu quisesse falar em alguém que só sabe espanhol, norueguês ou qualquer outro idioma, azar o meu. Se bem que, mesmo entre português e inglês a compreensão do que está sendo dito aqui é bem ruim, então a tradução não ajuda muito. 

Outro caso é do gravador, que teoricamente consegue gerar resumos e transcrições dos áudios gravados. Falando em português eles simplesmente diz que o idioma não é suportado, mas quando coloquei o celular perto do meu fone de ouvido enquanto assistia um vídeo do Marques Brownlee em inglês, a precisão da transcrição foi excelente. Ele acertou até nomes de produtos, marcas, pontuações. Aqui o jeito é torcer para, se algum dia eles incluírem nosso português, o resultado seja tão bom quanto, mas eu não esperaria de pé.

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O Gemini está presente nativamente no Oppo Fix X8 Pro. (Fonte: Leonardo Rocha/TecMundo)

E tem também o AI Studio, que permite gerar imagens e GIFs baseados em fotos suas e várias opções de estilos e ambientações sugeridas pelo apps. Dá para fazer umas gracinhas, mas o resultado geralmente não fica lá muito bom. 

Enfim, com certeza tem mais um monte de recursos de IA que eu nem lembrei de testar, mas acho que deu para entender que por mais que muito disso seja sim promissor, ainda não dá para realmente contar com isso. E a Oppo em particular precisa trabalhar bem para incluir o português brasileiro em tudo isso se realmente quiser trazer esse e outros aparelhos compatíveis com esses recursos para cá no futuro.  

Bateria

Antes de ir para as conclusões, vamos falar da bateria, que é outro ponto em que ele manda bem. Diferente da Samsung, que seguiu o exemplo da Apple e estacionou nesse ponto, a Oppo incluiu no Find X8 Pro a nova tecnologia de baterias de silício carbono, o que não só permitiu que o aparelho tenha reservas de 5.910 mAh sem ficar significativamente mais espesso, mas também ajuda com outras coisas, como gerenciamento térmico. 

  • Bateria: 5.910 mAh com carregador de 80W incluso e suporte a recarga sem fios de até 50W;

Isso permitiu que mesmo eu, que tenho um uso exageradamente intensivo de celulares, conseguisse chegar ao final do dia sem grandes preocupações. Em dias moderados, com uso normal de mensageiros e redes sociais, algumas fotos e vídeos gravados, vários minutos de YouTube e quase duas horinhas de Diablo Immortal com os gráficos no mínimo, eu chegava em casa com mais de 20% de carga sobrando e mais de 9 horas de tela ligada.

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A capacidade de bateria do Oppo Find X8 Pro está acima da média do mercado. (Fonte: Leonardo Rocha/TecMundo)

Em uso mais intensivo, dá sim para drenar a bateria inteira dele antes do fim da tarde, mas você realmente precisa se esforçar. Eu consegui fazer ele chegar aos 2% em pouco mais de 7 horas um dia, mas isso foi com mais de 6 horas jogando Diablo, que é um jogo online naturalmente exigente, com todos os gráficos no máximo e direito a ray-tracing ativado e tudo mais. No S25+, que tem uma tecnologia de bateria mais antiga, eu não consegui chegar a 7 horas de tela ligada nesse teste mais intensivo, e olha que nesse caso eu só passei cerca de 4 horas e meia jogando com tudo no máximo. Então dá para ter uma noção que isso faz diferença. 

Quanto à recarga, como eu falei a Oppo não me mandou o carregador junto, então não consegui testar isso. Reviews gringos que eu vi falam que ele consegue ir de zero a 100% em cerca de 48 minutos com o carregador cabeado de 80W, mas não tive como verificar eu mesmo. De qualquer forma, com certeza seria mais rápido que os 25W do carregador da Samsung. 

Vale a pena?

Comprar um Oppo Find X8 Pro no Brasil não é completamente impossível, mas você teria que depender de sites de importação onde é difícil encontrar, e quando você acha o preço dele aparece em torno dos R$ 4.600. Seria uma ótimo valor para tudo o que ele oferece, mas aí entram os impostos de importação que fazem ele essencialmente dobrar de custo e o negócio já fica inviável.  

Talvez se você for viajar para um país onde ele é vendido seria uma opção, mas os mercados não são muitos. Nem nos Estados Unidos tem. Imagina a dor de cabeça que seria para arranjar peças de reposição se você trouxer um para o Brasil e ele quebrar antes de a Oppo resolver lançar oficialmente por aqui e oferecer assistência oficial. 

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O Oppo Find X8 Pro é um bom celular, mas comprá-lo no Brasil é complicado. (Fonte: Leonardo Rocha/TecMundo)

Por causa disso e dos outros problemas que eu falei, que são frutos da não adaptação real dos recursos de IA ao nosso idioma, recomendar esse aparelho para compra deixa de ser uma questão válida. Aí está o motivo de eu ter comparado tanto com o S25+, outro aparelho top de linha que eu testei recentemente, com processador em nível muito similar e muitas promessas parecidas, mas que entrega muito menos em termos de hardware, principalmente no que diz respeito a bateria e carregamento. Fica mais como um recado para a Samsung de que se ela ficar parada apreciando a vista do topo do pódio, os concorrentes com certeza vão sair na frente na próxima. De certa forma, eles já estão fazendo isso. 

Agora diz para mim aí nos comentários o que você achou do Oppo Find X8 Pro! Discorda da minha opinião? Tem algum ponto importante que eu deixei de considerar? 

Contribua com o papo aí nos comentários, que eu também sou humano e fico feliz em aprender mais! Deixe sua opinião nos comentários do vídeo da análise no YouTube ou nas redes sociais do TecMundo.
 

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