Em um anuncio na televisão estatal, neste sábado, 29, o Governo de Mianmar afirmou que subiu para 1 644 o número de vítimas fatais deixadas pelo terremoto de magnitude 7,7 que atingiu o país na última sexta-feira. O registro de mortes tem crescido rapidamente a medida que mais corpos são resgatados dos escombros, com uma expectativa de aumentos significativos nas contagens ao longo dos próximos dias.
Ainda de acordo com os militares que comandam Mianmar, 139 seguem desaparecidos e os registros dão conta de mais de 3 408 feridos. Equipes, suprimentos e equipamentos enviados pela comunidade internacional começam chegar ao país, mas enfrentam dificuldades ao encontrar aeroportos e vias obstruídos. Grupos rebeldes usam elefantes para tentar limpar ruas danificadas.
Na capital Naypyidaw, a cerca de 245 quilômetros do epicentro, em Mandalay, grupos se reuniram para fazer reparos em rodovias danificadas, mas redes de eletricidade, telefonia e internet seguem sem funcionar. A extensão dos danos na estrutura do governo ainda é desconhecida, embora se tenha noticia da queda de prédios que abrigavam servidores públicos.
A medida que os estragos começam a ser contabilizados, autoridades percebem o impacto do desastre no patrimônio histórico do país. Até agora, foram registrados danos em monastérios e mesquitas budistas, além de monumentos centenários.
Após o primeiro terremoto, diversos outros tremores foram sentidos, um deles com magnitude de 6,4. Os abalos foram tamanhos que também derrubaram edifícios na região de Bangkok, na Tailândia, onde seis foram encontrados mortos, 26 ficaram feridos e 47 seguem desaparecidos. A primeira-ministra tailandesa, Paetongtarn Shinawatra, chegou a declarar que a situação já está “começando a melhorar”, afastando a possibilidade de um tsunami.
Ajuda humanitária e guerra civil
Até agora, cinco nações se comprometeram a enviar ajuda para Mianmar. China e Rússia, os principais parceiros militares do país, enviaram 130 e 120 socorristas, respectivamente, além de suprimentos e ajuda humanitária. A Índia disse que enviaria 80 pessoas no próximo domingo, já tendo mandado 15 toneladas em materiais e disponibilizado um hospital de campanha com 180 especialistas. Coreia do Sul afirmou que conseguiria o equivalente a dois milhões de dólares com organizações internacionais e os Estados Unidos comunicaram que ajudariam na resposta aos desastre, sem dar detalhes.
A catástrofe ocorreu em meio a uma guerra civil que toma conta de Mianmar. Em 2021, militares tomaram o poder das mãos do governo eleito de Aung San Suu Kyi, dando início a uma batalha sangrenta com milícias e grupos pró-democráticos. Apesar do desastre natural, os conflitos continuaram, com entidades internacionais registrando ao menos três ataques aéreos na vizinhança do epicentro dos tremores.
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