Terremoto em Mianmar deixa 144 mortos e governo al…

Em discurso televisionado, o chefe do governo militar de Mianmar afirmou que ao menos 144 pessoas morreram e outras 730 ficaram feridas por causa do forte terremoto que abalou o centro do país na manhã desta sexta-feira, 28. O tremor de magnitude 7,7 – que foi sentido na Tailândia e fez desabar um prédio em construção na capital, Bangkok – se assemelha, segundo especialistas, ao que matou mais de 50.000 pessoas na Turquia, em 2023.

“É esperado que o número de mortos e feridos aumente”, disse o general Min Aung Hlaing.

Fotos da capital Naypyidaw mostram vários prédios destruídos pelo tremor e equipes de resgate retirando vítimas dos escombros. O governo afirmou que há grande demanda por sangue nas áreas mais atingidas.

Imagens de estradas rachadas e danificadas em Mandalay, bem como o colapso de uma ponte e represa, levantam preocupações sobre como os socorristas chegariam a algumas áreas em um país que já enfrenta uma crise humanitária generalizada.

“Os danos são enormes, e o número de mortes também é bem alto. É tudo o que podemos dizer agora, porque os esforços de resgate estão em andamento”, disseram socorristas à emissora britânica BBC. “O número exato de vítimas ainda não é conhecido, mas é pelo menos na casa das centenas.”

Danos graves

A eletricidade e a internet caíram em várias partes de Mianmar após o terremoto, incluindo nas cidades de Mandalay e Sagaing, segundo a Cruz Vermelha.

“A infraestrutura pública foi danificada, incluindo estradas, pontes e prédios públicos. Atualmente, temos preocupações com barragens de grande porte que as pessoas estão observando para ver as condições delas”, disse Marie Manrique, coordenadora do programa de Mianmar para a Federação Internacional da Cruz Vermelha.

“Prevemos que o impacto será bem grande”, disse Manrique, em uma entrevista coletiva, falando por videoconferência de Yangon, Mianmar.

Alcance amplo

A cerca de 1.400 quilômetros de distância do epicentro, na capital da Tailândia, Bangkok, 70 trabalhadores do canteiro de obras no Edifício Chatuchak Park estão desaparecidos, informou o Instituto Nacional de Medicina de Emergência da Tailândia. Anteriormente, o órgão havia falado em 43 pessoas desaparecidas.

Em uma publicação no Facebook, o instituto acrescentou que havia cerca de 320 trabalhadores no local no momento do desabamento, e 20 estão presos nos poços do elevador. Pelo menos três pessoas morreram no incidente. Um hospital de campanha foi montado no local, enquanto os socorristas continuam procurando por sobreviventes.

Mas a situação na Tailândia está “começando a melhorar” e as pessoas podem retornar com segurança para dentro de casa, disse a primeira-ministra tailandesa, Paetongtarn Shinawatra, depois de declarar Bangkok uma “zona de emergência”.

“Os edifícios com problemas são aqueles em construção, onde tanto a integridade estrutural quanto a estabilidade das paredes são preocupações”, afirmou ela, acrescentando que não há risco de tsunami, mesmo com cerca de 12 tremores secundários, porque o epicentro foi muito longe da costa.

“Eu ouvi e estava dormindo na casa, corri o mais longe que pude de pijama para fora do prédio”, disse Duangjai, morador da popular cidade turística de Chiang Mai, no norte da Tailândia, à agência de notícias AFP.

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A Magnitude 7.7 quake struck about 20 minutes ago. No Tsunami threat. Strong Shaking was felt as far as Bangkok with slight damage. No immediate reports from local area yet pic.twitter.com/NtcniGLYtA

— OC Scanner (@OC_Scanner) March 28, 2025

Comparação com a Turquia

Analistas apontam que a última vez que houve um terremoto de tal magnitude foi em 2023, na Turquia. O fenômeno matou mais de 50.000 pessoas.

O terremoto de Mianmar tem uma estimativa de tremor e perda semelhante ao da Turquia na época: o Serviço Geológico dos Estados Unidos alertou que o sismo turco expôs cerca de 750.000 pessoas a tremores violentos; o de Mianmar expôs cerca de 800.000. Significativamente, porém, Mianmar tem o dobro do número de pessoas expostas a tremores violentos e severos (níveis 8 e 9), quase 5 milhões, ante 2,7 milhões no terremoto da Turquia.