31 de março de 2025

Por que geralmente eclipses aparecem em pares? Entenda

Os eclipses são considerados eventos raros, especialmente quando cobrem completamente a superfície aparente do Sol ou da Lua, mas muitas vezes eles ocorrem quase em pares. Foi o que aconteceu em março de 2025, quando os entusiastas da astronomia puderam apreciar dois fenômenos envolvendo eclipses.

Apesar de serem considerados eventos raros, os eclipses costumam ocorrer em pares durante períodos específicos do ano. Nesses casos, é comum que um eclipse lunar e um eclipse solar aconteçam com cerca de duas semanas de diferença. Inclusive, algumas vezes podem ser até três eclipses.

Neste mês, é exatamente isso que acontece: um eclipse lunar ocorreu no meio do mês, seguido por um eclipse solar exatamente duas semanas depois.

“Um eclipse, na astronomia, é o obscurecimento total ou parcial de um corpo celeste por outro. Um eclipse ocorre quando três corpos celestes se alinham. Do ponto de vista de uma pessoa na Terra, o Sol é eclipsado quando a Lua se posiciona entre ele e a Terra, e a Lua é eclipsada quando entra na sombra da Terra projetada pelo Sol”, a enciclopédia Britannica descreve.

Eclipses em março de 2025

O primeiro ocorreu entre os dias 13 e 14 de março, quando um eclipse lunar total pôde ser observado por milhões de pessoas em diversas regiões do mundo. No Brasil, o fenômeno foi visível em todo o território nacional, dependendo apenas das condições climáticas e da presença de iluminação artificial em cada local.

Durante o evento, a Terra bloqueou a luz do Sol que chegaria à Lua, projetando uma sombra que escureceu completamente sua superfície.

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A ilustração representa o alinhamento entre a Lua, a Terra e o Sol em um eclipse lunar. (Fonte: NASA”s Scientific Visualization Studio)

O segundo será um eclipse solar parcial, previsto para ocorrer no Brasil entre 6h20 e 6h41 da manhã do dia 29 de março. Contudo, o fenômeno será praticamente imperceptível para quem estiver em território brasileiro, já que sua maior visibilidade ocorrerá em regiões do Hemisfério Norte, como os Estados Unidos.

Nesse tipo de eclipse, apenas uma parte da superfície do Sol é encoberta pela sombra da Lua, criando um efeito semelhante ao de uma meia-lua.

Por que geralmente eclipses aparecem em pares?

Como não ocorrem todos os meses — especialmente alguns tipos específicos — os eclipses solares são considerados eventos raros. Por exemplo, o último eclipse lunar total visível no Brasil foi uma ótima oportunidade de observar o fenômeno, já que a última vez que ele pôde ser visto no país foi em 2022.

Além de não ocorrerem todos os meses, os eclipses também não são visíveis em todas as regiões do planeta. No caso dos eclipses solares, a observação é limitada às áreas onde o alinhamento entre Sol, Lua e Terra pode ser visto. Por exemplo, o eclipse solar parcial de 29 de março será praticamente imperceptível no Brasil.

Para compreender por que os eclipses geralmente ocorrem em pares, é preciso entender que eles acontecem quando Terra, Lua e Sol se alinham. Esse alinhamento pode gerar eclipses solares ou lunares.

Como a órbita da Lua é inclinada em relação à da Terra, nem toda Lua nova ou cheia resulta em eclipse. Isso só acontece quando os três corpos celestes se alinham em pontos específicos da órbita lunar, chamados de nós.

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A imagem apresenta um eclipse solar total, um eclipse solar anular e um eclipse solar parcial, respectivamente. (Fonte: NASA / MSFC / Joseph Matus / Bill Dunford / Bill Ingalls)

A Lua cruza os nós de sua órbita duas vezes por mês (aproximadamente 27,2 dias). Se esse cruzamento ocorrer próximo da fase de Lua nova, pode acontecer um eclipse solar. Já se ocorrer próximo da Lua cheia, cerca de duas semanas depois, ocorre um eclipse lunar.

É por isso que muitas vezes os eclipses vêm em pares (um solar e, depois, um lunar) ou até em trios, durante o mesmo período de alinhamento. 

“Na maioria dos anos do calendário, ocorrem dois eclipses lunares; em alguns anos, acontece apenas um, três ou nenhum. Os eclipses solares ocorrem de duas a cinco vezes por ano, sendo cinco um número excepcional — a última vez que isso aconteceu foi em 1935, e não voltará a ocorrer até 2206. A média de eclipses solares totais em um século, considerando toda a Terra, é de 66”, é descrito na enciclopédia Britannica.

Por que os eclipses são raros?

Se o nosso satélite natural orbitasse no mesmo plano orbital da Terra, haveria pelo menos dois eclipses por mês; um lunar e, duas semanas depois, um solar.

Mas na realidade, a Lua leva cerca de um mês para completar uma volta ao redor da Terra e sua órbita é inclinada em relação à da Terra. Por isso, podem ocorrer no máximo sete eclipses por ano —  o mínimo costuma ser quatro.

As temporadas de eclipses duram, em média, cerca de quatro semanas. Em março de 2025, a temporada termina com o eclipse solar parcial previsto para o dia 29. Normalmente, leva cerca de seis meses até o início de uma nova temporada.

Por exemplo, a próxima temporada de eclipses está prevista para começar em 7 de setembro de 2025, com um eclipse lunar total visível em várias partes do mundo. Pouco depois, em 21 de setembro, observadores de algumas regiões da Terra poderão acompanhar um eclipse solar parcial.

Por que os eclipses solares totais são tão raros? Esses eventos exigem o alinhamento perfeito entre Sol, Lua e Terra, por isso, nem sempre podemos observá-los. Quer saber mais? Descubra quando será o próximo eclipse solar total. Até a próxima!

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