31 de março de 2025

Japão cria plano para remover 100 mil cidadãos de…

O Japão divulgou nesta sexta-feira, 28, um plano de contingência para remover mais de 100 mil cidadãos que moram em ilhas próximas a Taiwan em caso de conflito com a China. O anúncio ocorre em meio a tensões crescentes entre Taipé e Pequim, que reivindica o pequeno arquipélago democrático e autogovernado como parte de seu território.

A estratégia prevê a mobilização de navios e aviões, que ficarão responsáveis por transportar cerca de 110 mil habitantes e 10 mil turistas de cinco ilhas na cadeia de Sakishima com destino a oito prefeituras no sudoeste e oeste japonês ao longo de seis dias, informou a agência de notícias local Kyodo. Antes de serem realocados em outras áreas do país, os evacuados serão enviados para Kyushu, uma das quatro principais ilhas do Japão.

Para que o plano ocorra sem intercorrências, o governo japonês planeja conduzir treinamentos (uma espécie de ensaio geral) nas ilhas de Sakishima em abril de 2026. Além disso, Tóquio deseja implantar unidades de mísseis guiados superfície-ar em Yonaguni, a 100 quilômetros de Taiwan.

Sede de uma base militar de autodefesa do Japão, a ilha também constrói abrigos subterrâneos temporários, que estarão abastecidos com comida e água suficientes para duas semanas. As preparações ocorrem frente ao aumento do receio de um confronto iminente entre China e Taiwan, considerada pelo governo chinês uma província rebelde que deve ser reunificada ao país.

No início deste mês, a mídia japonesa informou que o governo planeja instalar mísseis de longo alcance em Kyushu em meio a preocupações com a posição do governo Trump sobre o pacto de segurança pós-guerra entre os países, que compromete Washington a defender o Japão caso este seja atacado.

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Incerteza americana

O retorno de Donald Trump à Casa Branca aumentou a incerteza acerca do apoio militar americano a Taiwan em caso de guerra. A ilha japonesa de Okinawa, que abriga quase 50 mil soldados dos Estados Unidos, poderia desempenhar um papel militar fundamental em uma situação de emergência em Taipé. Recentemente, Washington conduziu uma série de cortes em programas de ajuda externa, parte de um plano mais amplo de Trump de enxugar a máquina pública e os gastos do governo.

Em declarações recentes, o republicano também reclamou do o pacto de segurança pós-guerra entre os Estados Unidos e o Japão, que assegura a assistência de Washington em caso de ataque a Tóquio.

“Temos um ótimo relacionamento com o Japão, mas temos um acordo interessante com o Japão de que temos que protegê-los, mas eles não precisam nos proteger”. Ele disse, ainda, que o Japão faz “uma fortuna” com os Estados Unidos e questionou: “Eu realmente pergunto, quem faz esses acordos?”.

Em janeiro, o secretário da Defesa do Japão, Gen Nakatani, relatou uma “forte sensação de crise” entre os moradores que vivem nas ilhas remotas. Ao jornal Yomiuri Shimbun, ele adiantou que tomaria “todas as medidas possíveis” para a “defesa” japonesa.

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