31 de março de 2025

Eles encontraram fama e dinheiro… no Linkedin

Imagem artística com fundo roxo, retângulos preto e branco, homem segurando notebook e smartphone, com estrelas rosa e fragmentos de notas de dólar.
Ilustração: João Brito

A ascensão de April Little ao estrelato na internet começou há três anos com um post sobre demissões e serviços de recrutamento.

As pessoas que perdem o emprego em notórias demissões em massa, escreveu ela, muitas vezes recebem ofertas de ajuda às custas de milhões de outras que estão desempregadas há mais tempo. “Elas precisam de um grande evento ou de uma empresa de destaque ligados a elas para obter reconhecimento?”, perguntou ela.

Uma postagem como essa poderia ter recebido algumas curtidas no Instagram ou no TikTok antes de desaparecer rapidamente no éter. Mas, no LinkedIn, é o tipo de conversa franca que pode te transformar em uma celebridade.

Little logo garantiu cem mil seguidores no site, e sua base de fãs continuou a aumentar.

“Não me vejo como um criadora de conteúdo, embora eu seja”, disse Little. Ela ganhou US$ 150 mil nos últimos dois anos, pois as empresas querem acesso a seus 260 mil seguidores.

A executiva de recursos humanos de 38 anos em Rochester, em Nova York, está entre milhares de pessoas que abriram caminho para a fama e a fortuna, mesmo que modestas, adicionando alguma personalidade em um site que normalmente lida só negócios. Ela e outros usaram sua popularidade para construir suas marcas, encontrar clientes e assinar acordos de patrocínio.

Em sua essência, o LinkedIn é um site de currículo. Durante anos, as postagens mais comuns eram de parabenização por um novo emprego ou por aniversários em um cargo. Mas, nos últimos anos, tornou-se um paraíso para pessoas que compartilham altos e baixos na carreira.

Ser excessivamente profissional é coisa do passado, especialmente porque muitos setores continuam a enfrentar demissões e ver menos aumentos salariais. As gerações mais jovens, mais sintonizadas em compartilhar sua vida on-line, também estão ajudando a mudar o tom. Espera-se que os usuários mensais do site pertencentes à Geração Z cheguem a 23,1 milhões este ano, acima dos 21,1 milhões do ano passado, de acordo com a empresa de pesquisa Emarketer.

Alguns usuários famosos são personalidades estabelecidas no TikTok e no Instagram. Mas a maior parte do conteúdo vem de trabalhadores e executivos postando sobre seu setor e sua rotina diária. É mais provável que estejam em busca de um novo cliente, uma nova contratação ou um lead do que um contrato de patrocínio.

Muitos postam no LinkedIn para “proteger a carreira”, diz Lindsey Gamble, profissional de marketing e consultor que teve várias postagens patrocinadas no site no ano passado.

“Você pode não ter a experiência em seu currículo, mas se for ao LinkedIn e compartilhar seus pensamentos, pode construir sua marca pessoal”, diz ele.

As mudanças no site ajudaram a criar um ambiente mais amigável para influenciadores. Em 2021, o LinkedIn adicionou um “modo criador”, que deu às pessoas acesso a análises e mais ferramentas de compartilhamento. (Agora disponível para todos.) No ano passado, o site lançou uma guia de vídeo para seu aplicativo móvel. Mais vídeos, como uma experiência em tela cheia, agora também estão disponíveis, com visualizações de vídeos aumentando 36% ano a ano, de acordo com o LinkedIn.

Apesar das atualizações, o LinkedIn não é exatamente um solo fértil para estrelas das redes sociais. E alguns dizem que isso é uma grande vantagem.

“É mais fácil chamar a atenção das pessoas agora porque há menos oferta”, disse Piper Phillips.

A criadora de conteúdo de 24 anos, de Nova York, começou no TikTok fazendo vídeos sobre sua carreira e vida cotidiana antes de se tornar mais ativa no LinkedIn há quatro meses. Ela trouxe uma vibração semelhante, postando vídeos sobre a construção de uma marca pessoal, além de mostrar os bastidores de como consegue parcerias de marca em outras plataformas sociais.

“Quando comecei a postar conteúdo, era tudo puramente educacional”, disse Phillips em um post de outubro. “Também sou uma garota de 20 e poucos anos morando em Nova York — adoro o conceito de crescimento pessoal e psicologia humana, adoro a sensação de tomar uns drinques com as amigas em um sábado à tarde, dançar até as duas da manhã, ligar para meus avós, tocar piano e cantar e fazer vídeos bobos e saudáveis com minha família (sem um ordem específica).”

Essa mistura casual do pessoal com o profissional ajudou a aumentar seus seguidores para 18 mil e ela recebeu seus primeiros acordos de marca em fevereiro, arrecadando cerca de US$ 8 mil. Desde então, começou a empresa de mídia Self-Employed, e também posta sobre isso.

“Mesmo que você não crie conteúdo profissional, é provável que tenha tiradas e opiniões relevantes para o mundo profissional de alguma forma”, disse Phillips.

Um bônus para muitos influenciadores do LinkedIn é que sua nova celebridade e conexões os ajudam a construir seus negócios ou criar novos empreendimentos.

Como gerente de programa, Jean Kang não via muito no LinkedIn sobre seu campo. Então, a jovem de 32 anos começou a postar sobre isso há dois anos para seus dois mil seguidores e conexões, aumentando seu público para 30 mil em um ano.

Muitas de suas postagens giram em torno de sua jornada profissional, seja mudanças de emprego, cuidados com sua saúde mental ou ofertas de cargos, além do registro de sua vida como empreendedora.

Agora, ela escreve para mais de 180 mil pessoas e usa seus seguidores para construir seu negócio, treinando possíveis gerentes de programas.

“Eu estava tipo, isso é maluco — se expor assim —, e é tão lucrativo quanto uma plataforma como o Instagram”, disse Kang, que mora em Oakland, na Califórnia.

Ilustração de logo da Linkedin
30/8/2018 REUTERS/Dado Ruvic/Illustration

O morador de Nova Jersey Vin Matano, de 28 anos, começou no LinkedIn em 2019, postando sobre seu trabalho de vendas. Conseguiu seu primeiro contrato de marca em 2020 por US$ 200. No ano passado, como criador de conteúdo em meio período, ele ganhou cerca de US$ 95 mil no LinkedIn, TikTok e Instagram.

Agora, está construindo a Creatorbuzz, agência de marketing de influenciadores business-to-business, e documentando o processo no LinkedIn. Em seis meses, o Creatorbuzz gerou US$ 250 mil em receita. Sessenta por cento disso se deve às postagens no LinkedIn, disse ele.

“Criar um público no LinkedIn me capacitou para começar meu próprio negócio porque consegui seguidores”, afirmou Matano.

As marcas também estão percebendo o apelo do LinkedIn e seus principais usuários.

A Teal, ferramenta de criação de currículos, fez parceria com 50 a 60 criadores de conteúdo, pagando-lhes de US$ 500 a US$ 3 mil por postagem. O fundador Dave Fano diz que seu marketing de influenciadores vai mais longe no LinkedIn do que em qualquer outro lugar na web.

Danielle Ito, chefe de marketing de influenciadores do espaço de trabalho digital Notion, diz que os posts no site tendem a ter uma vida útil mais longa devido à maneira como comentários ou curtidas reaparecem no feed das pessoas.

Em janeiro, a empresa trabalhou com mais de 60 influenciadores para lançar o gerador de avatar Notion Faces. A campanha alcançou mais de 2,5 milhões de usuários do LinkedIn, de acordo com Ito.

“Se tivéssemos feito isso no Instagram”, disse ela, “teria sido uma gota no oceano, sem muito alcance”.

Escreva para Ann-Marie Alcántara em [email protected]

Traduzido do inglês por InvestNews

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