26 de março de 2025

Com permissão de residência, universitária coreana…

Uma estudante da Universidade de Columbia, em Nova York, está processando o governo Trump por tentar deportá-la em retaliação à sua participação em protestos pró-Palestina. Yunseo Chung, de 21 anos, residente legal nos Estados Unidos, busca uma ordem judicial para barrar sua deportação, que se apoia na agenda da administração republicana contra estrangeiros.

Chung, que se mudou da Coreia do Sul para os Estados Unidos aos sete anos de idade, alega que agentes de imigração realizaram buscas em diversas instalações da universidade, incluindo seu dormitório. Segundo o processo, as autoridades intensificaram os esforços para deportá-la após sua prisão, em 5 de março, durante manifestações contra punições impostas pela instituição a estudantes engajados nos atos. Três dias depois, agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) emitiram um mandado de prisão contra Chung e se dirigiram à casa de seus pais para procurá-la.

A medida vai de encontro com uma série de outras ações do governo Trump para punir ativistas pró-Palestina e, sobretudo, imigrantes. O caso recente mais emblemático é o de Mahmoud Khalil, estudante palestino de pós-graduação da Escola de Relações Internacionais de Columbia, que foi preso em sua residência universitária por agentes do Departamento de Segurança Interna. Ele foi enviado a um centro de detenção na Louisiana antes de um juiz determinar sua transferência para Nova Jersey. A prisão gerou protestos em diversas cidades americanas. Sua esposa, cidadã dos EUA, está grávida de oito meses.

O que diz a lei?

A legislação americana proíbe fornecer “suporte material ou recursos” a grupos designados pelos Estados Unidos como organizações terroristas, incluindo o Hamas, que governa Gaza. O governo de Donald Trump argumenta que a presença tanto de Chung como de Khalil nos Estados Unidos atrapalha a agenda de política externa do governo de deter a disseminação do antissemitismo. Somado a isso, o Secretário de Estado, Marco Rubio, declarou que a lei permite a deportação de portadores de visto e green card “por praticamente qualquer motivo”.

Os casos dos estudantes Chung e Khalil não são isolados. Também neste mês, uma professora da Faculdade de Medicina da Universidade Brown, cidadã libanesa, foi deportada mesmo possuindo um visto válido e uma ordem judicial favorável. Segundo autoridades de segurança, a deportação ocorreu por ela ter “reconhecido abertamente” sua presença no funeral de um líder do Hezbollah. Além disso, um cientista francês que viajava para participar de uma conferência foi impedido de entrar nos EUA após agentes do FBI revistarem seu celular no aeroporto e encontrarem mensagens críticas a Trump.

A ofensiva do governo Trump contra imigrantes também incluiu a transferência de centenas de detidos para El Salvador, desconsiderando uma ordem judicial que proibia temporariamente tais remoções.

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