Ao menos 74 pessoas ficaram feridas nesta segunda-feira, 24, após ataques aéreos da Rússia a uma escola e um hospital na cidade de Sumy, na Ucrânia. Blocos residenciais também foram danificados, informou o governador regional Volodymyr Artiukh. Os mísseis atingiram o território ucraniano enquanto autoridades americanas e russas se reuniam em Riad, capital da Arábia Saudita, em uma nova rodada de negociações para um acordo de cessar-fogo.
Com objetivos considerados modestos, sem atender a demandas da Ucrânia e da Rússia, as tratativas fazem parte de um esforço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de colocar um ponto final no conflito — uma das suas promessas de campanha, quando disse que acabaria com a guerra “em 24 horas” caso retornasse à Casa Branca. Segundo o republicano, as autoridades estão “falando sobre território agora”, incluindo conversas “sobre linhas de demarcação, sobre poder, propriedade de usinas de energia”.
A agência de notícias estatal russa RIA afirmou que uma declaração conjunta será divulgada após as negociações. As discussões devem terminar “em breve”, de acordo com a agência de notícias Reuters, citando uma fonte russa em Riad. Em contrapartida, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, adiantou que nenhum documento será assinado no momento.
Mar Negro em debate
Ao mesmo tempo em que as autoridades discutem sobre a guerra na Ucrânia, Washington busca finalizar um acordo separado para pausar hostilidades no Mar Negro, antes de garantir um cessar-fogo mais amplo. A Casa Branca afirmou que o objetivo das conversas é chegar a um consenso para permitir o livre fluxo de transporte no Mar Negro, embora a área não tenha sido o local de operações militares intensas nos últimos meses.
“Isso é principalmente sobre a segurança da navegação”, disse Peskov, observando que um acordo anterior sobre transporte marítimo, negociado em 2022, não conseguiu entregar o que havia prometido a Moscou.
Andrew Peek, diretor sênior do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, e Michael Anton, alto funcionário do Departamento de Estado, lideram a delegação dos Estados Unidos. Já a Rússia é representada por Grigory Karasin, ex-diplomata que agora é presidente do Comitê de Relações Exteriores da câmara alta do parlamento russo, e por Sergei Beseda, assessor do diretor do Serviço Federal de Segurança, a agência que sucedeu a KGB da era soviética.
De acordo com a agência de notícias russa Interfax, Karasin afirmou que, após quase três horas de negociações, as consultas estavam progredindo “criativamente” e que os dois lados discutiram questões consideradas “irritantes” em seus laços bilaterais.
Trump, que vem intensificando os esforços para encerrar a guerra na Ucrânia (por meios dos quais aliados tradicionais desconfiam), expressou ampla satisfação com o andamento das negociações e elogiou o envolvimento do homólogo russo, Vladimir Putin, no processo até agora. No sábado, 22, ele afirmou que o conflito estava “um tanto sob controle”. Ainda assim, há ceticismo entre as principais potências europeias, que não acreditam que Moscou fará concessões significativas.
Após um telefonema com Trump na semana passada, Putin disse que está pronto para discutir a paz, mas reiterou suas condições maximalistas: que a Ucrânia deve abandonar o projeto de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e retirar seu exército de todas as quatro regiões ucranianas reivindicadas pela Rússia. Além disso, atrelou o fim da guerra à suspensão da assistência militar de países ocidentais a Kiev.
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