26 de março de 2025

Gol garante até US$ 1,25 bilhão em investimento para sair da recuperação judicial

A Gol, uma das principais companhias aéreas do Brasil, anunciou nesta segunda-feira (24) compromisso de investimento de investidores “determinados” para uma injeção de até US$ 1,25 bilhão, como parte do plano de recuperação judicial da companhia aérea, realizado em janeiro de 2024.

A empresa afirmou em fato relevante ao mercado que o montante faz parte de um total de US$ 1,9 bilhão em instrumentos de dívida que serão emitidos para pagamento de um financiamento “debtor-in-possession” acertado anteriormente pela Gol.

Os recursos serão usados ​​pela empresa também para “pagamento de custos da transação e para fornecimento de capital de giro e financiamento para as atividades operacionais da companhia após a conclusão do procedimento do Capítulo 11” — como a recuperação judicial é chamada nos Estados Unidos.

A companhia afirmou que, além desses financiamentos, está estudando transações “alternativas que sejam viáveis ​​e competitivas”, que incluem “tanto a contratação ou emissão de novas dívidas pela companhia, quanto investimentos eventuais em participação acionária direta ou indireta”.

No início de 2025, a empresa havia divulgado também um plano estratégico de cinco anos, visando sua recuperação financeira e operacional após esse pedido de recuperação judicial.

Estge plano, de acordo com informações da GOl, prevê a saída do Chapter 11 até maio de 2025, com a companhia projetando uma melhoria substancial em sua alavancagem líquida — que é a relação entre a dívida líquida e o lucro operacional (Ebitda). Atualmente, a relação dívida líquida sobre Ebitda é de 6,1 vezes, com expectativa de redução para 2,7 vezes até o final de 2027 e 1,9 vez até o final de 2029.

Além disso, este projeto visa uma redução do endividamento por meio da conversão de parte significativa da dívida em ações, além de um aumento de capital de US$ 330 milhões e uma nova dívida de saída de US$ 1,54 bilhão. Estes recursos serão utilizados para pagar o atual financiamento DIP (debtor-in-possession) e prover liquidez adicional.

Projetos futuros

A companhia também projeta a expansão de sua frota, passando de 137 aeronaves em 2024 para 167 até 2029, mantendo o foco exclusivo em modelos Boeing 737. Segundo a empresa, essa renovação visa aumentar a eficiência operacional e reduzir custos.

Segundo o CEO da Gol, Celso Ferrer, desde o início do processo no ano passado, a empresa obteve concessões de arrendadores, endereçou questões de manutenção e obrigações vencidas, além de fechar acordos com stakeholders-chave.

A Gol destacou também que obteve US$ 1,1 bilhão em concessões com arrendadores de aeronaves, incluindo financiamento para manutenção de motores. A companhia também finalizou um acordo com autoridades governamentais brasileiras para redução de impostos de aproximadamente US$ 750 milhões.

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