A CCR anunciou nesta sexta-feira (21) que vai mudar o nome da companhia para Motiva, em mais um passo na reestruturação do maior grupo de concessões de infraestrutura do Brasil.
A mudança da marca, que inclui alteração das cores da empresa de vermelho para anil, está previsto para ocorrer até o fim de abril, após a assembleia de acionistas confirmar a troca da razão social da empresa. A CCR afirmou que a partir de maio seu código de negociação na B3 também será alterado, mas o novo ticker ainda não foi definido.

A empresa não divulgou o tamanho do investimento necessário para todo o projeto de mudança da identidade da companhia ao longo dos dois anos, o que significa mudar a sinalização em todas as concessões do grupo, mas afirmou que investiu R$ 4 milhões na “etapa de definição da marca”.
“Esta mudança se insere no contexto do amplo processo de transformação pelo qual passamos desde 2023 – nova estratégia, nova organização, nova cultura. Agora, nova marca”, disse em comunicado à imprensa o CEO da CCR/Motiva, Miguel Setas.
Reorganização
Recentemente, a empresa confirmou a contratação de quatro bancos para ajudar na venda de 20 aeroportos na América Latina e cinco ativos de mobilidade urbana no Brasil, como metrôs, ferrovias e balsas.
A empresa, sediada em São Paulo, espera levantar até R$ 10 bilhões nos próximos anos como parte de uma ampla reorganização de seu portfólio, para aumentar investimentos em negócios estratégicos.
A gestão do endividamento foi uma das prioridades de Setas ao assumir o comando da empresa, em março de 2023. Com a virada dos juros a partir de 2021 — a Selic subiu de 2% até 14,25% ao ano — as empresas de capital intensivo, como é o caso da CCR, voltaram-se para dentro de casa para priorizar a gestão do passivo.
Na reorganização, a CCR trabalha com a consultora financeira Lazard, sediada em Nova York, e o Itaú Unibanco para o acordo de aeroportos. Em paralelo, Goldman Sachs e BTG Pactual têm o mandato para ativos de mobilidade.
A onda de venda de ativos da CCR deverá começar pelos aeroportos, com acordo previsto para o fim do ano. A empresa tem 17 operações no Brasil e outras três em Equador, Costa Rica e Curaçao, com um fluxo total de 43 milhões de passageiros por ano. As unidades de fora do Brasil representam mais de 60% dos lucros da unidade aeroportuária.
O BTG e o Goldman estão trabalhando para vender participações minoritárias em ativos de mobilidade, incluindo metrôs, redes ferroviárias e balsas, com um acordo previsto para ser fechado até 2026, acrescentaram as fontes ouvidas pela agência Bloomberg. A empresa e os bancos não comentam a questão.
Hoje, a dívida líquida da CCR está em R$ 27,3 bilhões, com a alavancagem (proporção da dívida líquida em relação ao lucro operacional/Ebitda) em 3,3 vezes, número próximo ao teto imposto pela companhia para esse indicador que é de 3,5 vezes.
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