21 de março de 2025

Russo que liderou invasão estará à frente de negoc…

A Rússia nomeou nesta quinta-feira, 20, o ex-oficial do Serviço Federal de Segurança (FSB, na sigla em inglês) Sergei Beseda, que esteve por trás da invasão ao território ucraniano, para liderar as negociações de paz da guerra na Ucrânia, previstas para iniciar na próxima segunda-feira, 24, com mediação dos Estados Unidos e da Arábia Saudita. Beseda supervisionou as operações de Inteligência de Kiev e recrutou colaboradores antes do conflito.

Ele viajará para a capital saudita, Riad, para dar início às tratativas pelo lado russo. As discussões buscam firmar um acordo de cessar-fogo parcial de 30 dias e instaurar um diálogo para uma trégua marítima. Há relatos de Beseda perdeu temporariamente a confiança do presidente da Rússia, Vladimir Putin, por falhas de Inteligência que antecederam o confronto na Ucrânia. Mas parecem ser águas passadas.

O ex-oficial será acompanhado por Grigory Karasin, presidente do Comitê de Assuntos Internacionais do Senado da Rússia, para uma nova rodada de negociações. O cessar-fogo foi aceito por Putin na terça-feira, 18, após um telefonema com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Logo em seguida, o Kremlin estabeleceu uma longa lista de condições para a aprovação do acordo, o que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, definiu como “demandas desnecessárias” para supostamente prolongar a guerra.

Em Oslo, capital da Noruega, o líder ucraniano afirmou nesta quinta-feira que a Rússia lançou quase 200 drones Shahed iranianos contra o país, de forma a danificar “prédios residenciais, uma igreja e infraestrutura” e ferir 10 pessoas, incluindo quatro crianças. Ele aproveitou para trocar farpas com Moscou, alegando que “com cada lançamento, os russos mostram ao mundo sua verdadeira atitude em relação à paz”.

Também nesta quinta, a Ucrânia provocou uma megaexplosão em uma base de bombardeios nucleares estratégico na Rússia, localizado na cidade de Engles. Um incêndio se alastrou por 700 quilômetros na região. Ao menos 10 pessoas ficaram feridas. Segundo o Ministério da Defesa russo, 132 drones ucranianos foram interceptados no espaço aéreo do país.

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Condições de Putin

Após a ligação com Putin, o governo dos Estados Unidos disse que os dois lados concordaram em manter “negociações técnicas” sobre um cessar-fogo marítimo e, depois disso, uma trégua total e paz permanente. A pausa nas hostilidades colocará, caso seja oficialmente implementada, a infraestrutura e a rede energética ucranianas fora dos limites de bombardeios por um mês.

Uma declaração do Kremlin, por sua vez, apresentou uma longa lista de condições e demandas de Putin para o acordo. Embora afirme que tenha concordado com a trégua, o texto diz que o lado russo “delineou uma série de pontos significativos” que exigem consideração adicional, incluindo “controle efetivo” sobre qualquer cessar-fogo ao longo da linha de frente, e o pedido pelo fim da mobilização de ucranianos e do rearmamento de suas forças durante a pausa nos combates, juntamente com uma exigência mais ampla sobre “eliminar as raízes da crise”.

O comunicado também acrescentou a “condição-chave” de Moscou para evitar uma escalada maior do conflito: que aliados estrangeiros da Ucrânia “encerrem completamente” a ajuda militar e o compartilhamento de inteligência. Líderes europeus temem que essa exigência produza um cenário em que a Rússia possa se rearmar para atacar após o fim do cessar-fogo, enquanto a Ucrânia ficaria incapaz de preparar uma defesa.

O texto do Kremlin afirma ainda que Putin “respondeu construtivamente” à proposta de um possível cessar-fogo marítimo e que mais negociações sobre essa questão estão previstas. A declaração conclui que o líder russo informou Trump sobre os planos para uma troca de 175 prisioneiros de guerra de cada lado com a Ucrânia e, “como um gesto de boa vontade”, uma nova libertação de 23 soldados ucranianos “gravemente feridos”. Curiosamente, a declaração russa contém uma passagem sobre uma ideia apresentada por Putin de “organizar partidas de hóquei nos Estados Unidos e na Rússia” entre jogadores russos e americanos de suas respectivas ligas nacionais.

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