22 de março de 2025

Governo Trump proíbe Cristina Kirchner de entrar n…

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, comunicou nesta sexta-feira 21 que a ex-presidente argentina Cristina Kirchner está proibida de entrar no país por “envolvimento em corrupção significativa durante seu período em cargo público”. O atual presidente americano, Donald Trump, é aliado do líder da Argentina e rival da antecessora, Javier Milei.

A decisão publicada no site da embaixada dos Estados Unidos em Buenos Aires também afeta o ex-ministro do Planejamento do governo de Cristina, Julio Miguel De Vido e, segundo a imprensa argentina, os filhos da ex-presidente, Máximo e Florencia Kirchner.

“CFK (Cristina Fernández Kirchner) e De Vido abusaram de suas posições ao orquestrar e se beneficiar financeiramente de múltiplos esquemas de suborno envolvendo contratos de obras públicas, resultando em milhões de dólares roubados do governo argentino. Vários tribunais condenaram CFK e De Vido por corrupção, minando a confiança do povo argentino e dos investidores no futuro da Argentina”, disse Rubio em nota.

Cristina Kirchner responde por corrupção, juntamente com De Vido, processo no qual ela já foi condenada em duas instâncias. No ano passado, ela recorreu à Suprema Corte.

Milei, adversário político de Kirchner, foi o primeiro líder estrangeiro a se encontrar com Trump após sua vitória nas eleições presidenciais, em novembro de 2024.

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“Os Estados Unidos continuarão a promover a responsabilização daqueles que abusam do poder público para ganho pessoal. Essas designações reafirmam nosso compromisso de combater a corrupção global, inclusive nos níveis mais altos do governo”, completou o texto assinado por Rubio.

O caso

Kirchner foi condenada a seis anos de prisão por corrupção em 2022. Ela teria supervisionado um esquema de propinas na província de Santa Cruz durante os 12 anos em que ela e seu marido, Néstor Kirchner, estiveram na presidência. Ele serviu de 2003 a 2007, e ela, de 2007 a 2015.

Santa Cruz sempre foi seu reduto político. Néstor nasceu na capital, Rio Gallegos, e foi governador da província entre 1991 e 2003. Sua irmã, Alicia Kirchner, foi governadora entre 2015 e 2023.

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Os tribunais concluíram que Cristina direcionou centenas de milhões de dólares em licitações, financiadas pelos contribuintes, para um sócio e amigo de sua família, o empresário Lázaro Báez, construir estradas na Patagônia, na ponta da América do Sul. Os projetos muitas vezes ficaram inacabados ou foram cancelados.

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Doze outras pessoas também são acusadas no caso de corrupção, incluindo Báez e dois ex-ministros do governo kirchnerista que foram condenados em outros casos de corrupção. Como provas, o Ministério Público afirmou que o patrimônio do empresário cresceu 12.000% entre 2004 e 2015 e o de sua empresa aumentou 46.000%. Durante as três presidências dos Kirchner, ele teve como cliente o Estado 51 vezes e fechou cerca de vinte acordos comerciais particulares com a família Kirchner. A promotoria disse que, de 2003 a 2015, o suposto esquema roubou do Estado argentino mais de 5 bilhões de pesos (mais de 150 milhões de reais).

Báez foi sentenciado a 12 anos por lavagem de dinheiro em um caso separado. Um dos ministros, José López, ex-secretário de obras públicas, foi flagrado em vídeo tentando esconder mochilas com 9 milhões de dólares em dinheiro (quase 50 milhões), relógios Rolex e um rifle semiautomático em um convento em 2016, em outro caso não relacionado.

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As provas apresentadas durante o julgamento incluíam mensagens de WhatsApp entre López, Báez e o presidente de uma de suas construtoras. A promotoria disse que as mensagens revelaram um plano para ocultar evidências nos últimos dias do governo Kirchner em 2015, entregando pagamentos finais de contratos a Báez, demitindo seus funcionários e abandonando projetos de obras rodoviárias.

Algumas mensagens incluem referências a “La Señora” que teve que “tomar decisões”. A promotoria argumentou que “La Señora” era uma referência a Kirchner, embora ela nunca tenha sido mencionada pelo nome.

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