O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou ao centro dos holofotes nesta quarta-feira, 19, mas por um motivo curioso: rejeitou uma ligação do homólogo francês, Emmanuel Macron, um dos seus maiores parceiros na guerra contra a Rússia. Ele falava a jornalistas sobre a tensa relação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quando recebeu um telefonema do líder da França. Depois de umas poucas palavras cortou o aliado e perguntou se poderia retornar em cerca de 15 minutos.
“Emmanuel, Emmanuel… Desculpe, Emmanuel. Estou conversando com jornalistas neste momento. Posso (te ligar), talvez eu possa, em alguns minutos, em 15-20 minutos… Sim, por favor, obrigado, obrigado, Emmanuel… Ok, ótimo, ótimo, tchau tchau!”, disse ele.
😊 Macron called Zelensky during his conversation with journalists
The Ukrainian president picked up the phone, explained that he was currently speaking with the media, and promised to call back right after. According to Zelensky, he and Macron talk on the phone approximately… pic.twitter.com/6LZ7e8cK4Y
— NEXTA (@nexta_tv) March 20, 2025
Em seguida, Zelensky explicou que conversava com Macron “uma vez por dia, em média” e que os países “têm relação muito próxima”.
“Ele nos ajuda muito. Sou muito grato a ele, e depois do nosso briefing eu ligo de volta”, afirmou.
Estados Unidos, França e Reino Unido compõem o rol dos maiores apoiadores da Ucrânia em ajuda militar. No mês passado, a guerra entrou no seu terceiro ano. Agora, entrou em uma nova etapa, à medida que foram iniciadas novas negociações para uma trégua parcial de 30 dias.
+ Após bate-boca, Zelensky e Trump têm conversa ‘fantástica’ sobre guerra na Ucrânia
Conversa ‘fantástica’ com Trump
Na véspera, o presidente da Ucrânia teve uma conversa “fantástica” com Trump, segundo a Casa Branca, semanas após a constrangedora reunião no Salão Oval, quando ambos tiveram um bate-boca acalorado. Na ocasião, o republicano acusou Zelensky de flertar com a Terceira Guerra Mundial. Em clima de tensão, o ucraniano deixou Washington sem assinar um acordo de minerais, que daria ao governo americano acesso às terras raras do país europeu. Pouco depois, Trump suspendeu a ajuda militar ao aliado.
Após a ligação nesta quarta-feira, Zelensky disse que teve uma “conversa positiva, muito substantiva e franca” e que “junto com a América, com o presidente Trump e sob a liderança americana, uma paz duradoura pode ser alcançada neste ano”. Ele informou que Trump “compartilhou detalhes de sua conversa com Putin e as principais questões discutidas” e que “um dos primeiros passos para o fim total da guerra pode ser o fim dos ataques à energia e outras infraestruturas civis”.
“Agradeci a ele por um bom e produtivo começo do trabalho das equipes ucraniana e americana em Jeddah em 11 de março — esta reunião das equipes ajudou significativamente a avançar em direção ao fim da guerra. Concordamos que a Ucrânia e os Estados Unidos devem continuar trabalhando juntos para alcançar um fim real à guerra e uma paz duradoura”, escreveu Zelensky no X, antigo Twitter.
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